Tarde de sol no Rio de Janeiro. Maracanã lotado. Vasco e Flamengo fazem o jogo final do segundo turno do campeonato carioca de 1987. Se o Flamengo vencesse seria o campeão. Rondinelli, após cobrança de escanteio de Zico faz de cabeça o gol do título carioca.
Dez anos depois, em 1997, o Vasco venceria o Flamengo por 3 a 1, pelo Campeonato Brasileiro, arrancando para o título daquele ano. Edmundo fez os 3 gols do Vasco.
Estes dois brilhantes jogos foram apenas uma lembrança das centenas de jogos memoráveis que guardo na lembrança. Jogos em que as torcidas iam ao estádio sem saber quem venceria, mas com a certeza de que as duas equipes se digladiariam na bola até o último apito do juiz.
Sou saudoso em relação ao futebol brasileiro. Em 1982 vi jogar uma seleção brasileira com Zico, Falcão, Sócrates, Júnior, Cerezo, Luizinho. Leandro, Paulo Isidoro… e cair diante de uma Itália não menos brilhante.
Hoje o futebol brasileiro caiu na mediocridade de depender de apenas um jogador, um salvador da pátria. Neymar, um craque no verdadeiro sentido da palavra por tudo que já fez em campos brasileiros e espanhóis, apesar da pouca idade, não correspondeu a esse chamado.
A comercialização acabou com o futebol em terras tupiniquins. Jovens que mal aprenderam a falar já assinam contratos milionários com clubes estrangeiros. Enquanto o nosso futebol vive das amarras de uma rede de TV que o explora até a última gota de suor dos jogadores, das federações e do público, que deixa de ir aos estádios de futebol em virtude do horário dos jogos.
Bons tempos aqueles em que as equipem tinham, no mínimo, quatro grandes jogadores. Tempo em que os grandes clubes não dependiam exclusivamente de um só craque. Tempo em que os jogadores não eram tão mercenários e onde o beijo no brasão estampado na camisa do clube era realmente reconhecimento pelo que o clube tinha feito por ele.
Fomos humilhados em pleno Brasil com aqueles 7 a 1 frente a Alemanha e apesar de resultados até satisfatórios no pós-copa, temos uma seleção medíocre que joga primeiro para não perder. Jamais descontaremos placar de 7 a 1 se não mudarmos de atitude.
Em tempos em que a tão poderosa FIFA está sob investigação, quem sabe esse não seja o lampejo necessário para que o torcedor brasileiro volte a ser grande e respeitado. Que essa investigação sirva de exemplo para nossas autoridades e que nossos grandes clubes possam também ser investigados. Assim, quem sabe, voltaremos a sorrir!
1 comentário em “Futebol brasileiro em agonia!”
Desde a pré copa de 2014 venho escrevendo,o futebol tem tanta importância na vida do cidadão quanto a um fio de cabelo na cabeça de um careca,até pode ser notado,mas não faz diferença nenhuma.
o que antes era esporte, diversão,hoje é negócio,marketing puro,transformam qualquer cabeça de bagre em ídolo da galera,manipula-se tudo,desde resultados até quem será o próximo campeão,tudo em benefício de interesses de carteis e cartolas associados a interesses de ídolos fabricados em ações midiáticas da caráter duvidosos.
não vejo o futebol em agonia,vejo sim, um país agonizante,veja a mídia tentando desviar o foco dos reais problemas brasileiros.
futebol hoje em dia não passa de uma imensa lavanderia,lava-se de tudo,lava-se a alma do povo quando o time ganha,mas sobretudo,lava-se dinheiro sujo,oriundo da corrupção,do tráfico de drogas e armas em transações mirabolantes entre clubes e “atletas”,artistas na arte de enganar.
enquanto o futebol tiver status e a importância que querem nos fazer crer que ele tenha,estaremos fadados ao fracasso como nação,seremos eternos perdedores,não dará para virar um jogo que estamos perdendo por 7×1.