No final de 2013, Galvão bateu o recorde brasileiro de Telê Santana como o treinador mais longevo do futebol brasileiro. No total, foram cinco anos e seis meses no Águia, com 208 jogos, 89 vitórias, 48 empates e 71 derrotas.
Um almoço na tarde da última sexta-feira, dia 10, selou a permanência do técnico João Galvão no Águia até o final de 2015. O acordo foi fechado entre o treinador e o presidente do Azulão, Sebastião Ferreira Neto, o Ferreirinha.
Galvão, esta semana, chegou a ter seu nome cogitado no Clube do Remo para substituir Roberto Fernandes.
No Águia desde 2008, o “Bocudo” foi o principal responsável pela permanência do Azulão na Série C desta temporada. O time de Marabá se livrou na última rodada, após vencer o Botafogo-PB por 2 a 1. Antes, porém, Dário Pereyra e Everton Goiano, passaram pelo comando do time, mas sem muito sucesso.
Os segredos do sucesso de João Galvão no Águia
Julho de 2008: então dirigente, João Galvão assume o Águia na Série C do Brasileiro e por pouco não consegue o acesso à Segundona. Fevereiro de 2014: Galvão deixa o comando do Azulão após cinco anos no cargo. Agosto de 2014: o paraibano retorna como treinador e consegue evitar um rebaixamento quase certo à Quarta Divisão. Por essas e outras que a carreira de João Galvão é marcada por dificuldades, mas principalmente por conquistas e feitos no clube marabaense.
Mas, afinal, qual o segredo para o sucesso de João Galvão à frente do Águia? Como ele conseguiu 12 dos 18 pontos que disputou na reta final da Série C, desempenho melhor que os treinadores anteriores, Darío Pereyra e Everton Goiano, que conquistaram apenas quatro pontos cada, com o mesmo elenco em mãos? Para Danilo Galvão, filho do técnico e atacante do Azulão, a resposta está no modo de tratar os jogadores.
– Ele foi um dos principais fatores na mudança do time. Consegue mostrar a realidade do Águia e de cada um de nós. Ele chegou colocando um respeito maior. Sabe como mexer com cada jogador, sabe chegar no pé do ouvido e falar do jeito que pode com cada um. Como técnico ele alinha duas coisas: ser paizão e linha dura. Temos conversa, conselhos e ele fala quando quer fazer alguma coisa. Tem espírito de liderança. Sabe falar pra nós, jogadores, “vai lá, eu confio em ti” – explica.
“Família Galvão” é enfatizada pelos jogadores do Azulão
Entre saídas e retornos ao Águia, o volante Analdo e o zagueiro Charles acompanharam de perto toda a trajetória de João Galvão como treinador do clube. Os atletas acreditam que o jeito de Galvão consegue fazer com que o elenco “corra” pelo técnico. Eles acreditam, ainda, que o clube funciona como uma família quando o também diretor de futebol fica no comando da equipe.
– É essa questão de ser paizão mesmo. Isso que o João Galvão é. Ele treina uma família, como costuma dizer. O Galvão é um grande treinador, talvez por isso eu esteja aqui há tanto tempo, desde 2008. Jogamos por ele e pelos diretores. Existe uma amizade e ele faz a gente querer se dedicar cada vez mais pelo Águia – disse Analdo.
– Nós convivemos com ele como se todos fossem da família, mas a gente também sabe respeitar como o nosso treinador. O Galvão sabe da intimidade de cada um, ele conversa, trata bem. Quando assumiu, disse que queria um pouco mais de cada. O grupo estava bem focado no que ele pedia antes dos jogos. A decisão final sempre é do treinador, mas o Galvão não tem maldade nenhuma. E as conversas dele fazem o jogador acabar correndo mais. Fica parecendo um time de família – acredita Charles.
Momentos Marcantes
Em 2008, ficou em 5º lugar na Série C, perdendo o acesso para o Duque de Caxias nos critérios de desempate (+2 para os fluminenses, contra +1 para os paraenses). No ano seguinte, eliminou o América-MG na Copa do Brasil e venceu o Fluminense de Carlos Alberto Parreira por 2 a 1 no Mangueirão, enquanto que, em 2010, conquistou o vice do Parazão. Em 2013 Galvão bateu o recorde até então de Telê Santana como técnico mais longevo do futebol brasileiro. Com informações do Globo Esporte.com.