De uma das cidades que mais empregavam no Brasil a uma das que mais demitiram. Essa é a realidade de Canaã dos Carajás. Com o fim das obras de implantação do Projeto S11D, a oferta de empregos, que tornou a Terra Prometida famosa em todo o Brasil, acabou caindo bastante. O que sobrou dos bons dias foram boas histórias para se contar e um rastro social negativo em todo o município. Diariamente, centenas de trabalhadores se aglomeram do lado de fora do Sistema Nacional de Emprego (SINE) na esperança de que as raras vagas que chegam para o órgão possam ser suas.
O impacto social é negativo e inegável. Por conta disso, uma audiência foi realizada no auditório do SINE na manhã desta terça-feira (27). Com o tema “Ações e tendências na geração de emprego e renda em Canaã dos Carajás”, a audiência teve auditório lotado e a presença de vereadores, secretários e do prefeito em exercício Alexandre Pereira. Quem também esteve por lá foi o secretário adjunto de emprego e renda do estado do Pará, Everson Luis Moraes.
A diretora do SINE, Ranielli Oliveira lembrou, assim como já havia dito na ocasião da eleição da nova comissão de emprego do município, que a qualificação é fundamental na busca por geração de emprego: “Nós temos ido atrás de oportunidades para os trabalhadores e pretendemos fortalecer isso a cada dia. Sabemos que o momento é difícil e devemos fazer o nosso papel, que é buscar estratégias.” Secretário de Desenvolvimento Social há menos de um mês, Ronaldo Araújo voltou a afirmar que o poder público não está parado e disse estar feliz pela união de forças dos poderes em prol do trabalhador.
Jurandir José, secretário de Desenvolvimento Econômico, sabe que a pasta que dirige tem um papel fundamental nesse processo: “Começamos a trabalhar a infraestrutura, saúde, energia, asfalto, educação… Tudo isso para melhorar a qualidade de vida da educação e atrair os empresários. Atrair eles não é fácil! Tem que ter uma estrutura para receber. Estamos buscando isso a cada dia.”
Representando o legislativo, a vereadora Maria Pereira, que já esteve à frente da pasta de Assistência Social, também fez o uso da palavra: “Essa demanda de empregos cai também sobre o legislativo. Precisamos trabalhar com a inclusão social. Precisamos de alternativas além das empresas. A gente vê que outros municípios não têm Vale e se sustentam. Devemos trabalhar a geração de emprego e renda em Canaã.”
Everson Luis destacou a importância do trabalho do governo: “Acho que a equipe do executivo municipal está bem focada nesse sentido. ‘Nós podemos fazer’. Todos nós temos um papel importante nesse processo. Precisamos reconhecer nossas dificuldades e criar um plano de ação. Acredito que o pior já passou e espero que desses debates surjam encaminhamentos concretos.”
Alexandre Pereira, por sua vez, também comentou o assunto: “Esse é um debate que já é feito há algum tempo. Temos que criar alternativas econômicas, não só do minério, mas de outros segmentos. Se nós, políticos, ficarmos achando que os dados, estatísticas vão gerar empregos estamos muito enganados. Precisamos ir à luta. Entendo que o município tem buscado alternativas, mas nós temos gargalos seríssimos para que os empresários venham para cá. Precisamos resolvê-los Também acredito que cada um de nós devemos ser um produto e agregar valor buscando conhecimento.”
Alexandre também afirmou que esse é o momento mais difícil que já viveu em Canaã desde que chegou ao município. Também estiveram presentes no evento dezenas de trabalhadores buscando soluções para as suas problemáticas.