O secretário de Saúde de Parauapebas, Gilberto Laranjeiras, fez uma compra emergencial de três medicamentos para utilização no tratamento de pacientes acometidos pelo novo coronavírus e que desenvolveram sintomas da Covid-19. Dois anticoagulantes e um antibiótico de amplo espectro foram adquiridos, por meio de dispensa de licitação, por R$ 2.023.516,00. A informação foi publicada na edição desta segunda-feira (18) do Diário Oficial da União (DOU) e pode ser conferida aqui .
O governo de Darci Lermen adotou um “protocolo de tratamento para Covid-19” de cujo combo constam o anticoagulante enoxoparina nas versões 40 miligramas ou 60 miligramas e, também, o antibiótico azitromicina de 500 miligramas. A empresa Cristalfarma é quem vai fazer o fornecimento, conforme o extrato do contrato 20200227 publicado hoje (veja aqui). O contrato, aliás, foi assinado na última quinta-feira (14) e é válido até 14 de setembro.
O Blog do Zé Dudu levantou que, desde o início da pandemia do coronavírus, Parauapebas já desembolsou R$ 13,68 milhões em ações voltadas ao enfrentamento da Covid-19, que já contaminou 481 pessoas oficialmente e fez 47 vítimas fatais no município. A primeira medida do governo Darci foi a contratação, em 27 de março, de uma empresa para fornecimento de mil testes rápidos. O serviço custou aos cofres públicos R$ 130 mil. Novas compras de testes foram efetuadas em 17 abril, em dois pacotes: um de R$ 436.900,00 e outro de R$ 1.800.000,00.
Cálculos de pesquisadores de diversas universidades indicam, ainda assim, que o vírus já infectou 5% da população Brasil adentro, o que, se confirmado, pode revelar que ao menos 10 mil parauapebenses já tiveram contato com a Covid, embora 80% deles sequer tenham apresentado sintomas.
Compra de cloroquina
E tem mais. O Blog apurou com exclusividade que a Prefeitura de Parauapebas também comprou de duas farmácias de manipulação na última sexta-feira (15) a tão polêmica cloroquina, que, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), também integra o “protocolo de tratamento para Covid-19”. Um contrato (veja aqui) com a farmácia de manipulação Camomila garante R$ 36.973,80 em difosfato de cloroquina. Outro contrato (veja aqui) com a farmácia de manipulação Fórmula Ativa garante o fornecimento de R$ 285.719,00 da substância.
Apesar de estar nos holofotes em razão da insistente defesa pública do presidente Jair Bolsonaro para uso do medicamento, estudos recentes realizados na China e na França revelam que a cloroquina não mostrou eficácia no tratamento de casos moderados e graves de Covid-19 e que pode até ser fatal para pacientes com problemas cardíacos. Diga-se de passagem, o remédio foi pivô — entre outros motivos — da queda de Nelson Teich do Ministério da Saúde, na semana passada. Oncologista, Teich não concorda com o uso indiscriminado da cloroquina como protocolo para tratar Covid.