Governo decide, nesta terça-feira (14), se voltará a adotar o horário de verão

“Se ele for decretado, tem que ter no mínimo 20 dias para que os setores se planejem, como o aéreo e a segurança pública”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira
Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira

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De Roma (Itália), onde falou aos jornalistas depois de participar do fórum internacional do grupo Esfera, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que a volta do horário de verão será decidida em reunião com integrantes do governo na terça-feira (15).

Silveira declarou que o período mais importante do horário de verão vai de 15 de outubro a 30 de novembro. Afirmou ser uma política pública implementada em vários países, “em especial nos desenvolvidos”. Disse que não deve ser tratada como “questão ideológica”, como foi “no governo anterior [de Jair Bolsonaro]”.

Afirmou que o fim da medida, em 2019, pode ter sido um dos motivos para, em 2021, o Brasil “quase ter chegado num colapso energético”. À época, houve a conta de escassez hídrica, em que o governo precisou contratar térmicas em caráter emergencial para compensar os baixos reservatórios das hidrelétricas.

“Temos energias firmes para segurar o sistema. O Brasil é um país que, graças a Deus e graças ao presidente Lula, em seus primeiros mandatos, fez Belo Monte, Santo Antônio, usinas hidrelétricas que seguram o sistema. Se não fossem elas, nós dependeríamos muito mais das térmicas, o que custaria muito mais caro”, disse o ministro.

Silveira declarou que estuda com a área técnica a imprescindibilidade da volta do horário de verão: “Se for agora, tem que ser de imediato para que os setores se planejem. Se for decretado, não pega a eleição. Se ele for decretado, tem que ter no mínimo 20 dias para que os setores se planejem, como o aéreo e a segurança pública”.

Segundo o ministro, a decisão será ancorada em “bases técnicas e em sensibilidade política e social”. Disse defender o horário de verão como uma política pública e que só deve ser usada se for “imprescindível para assegurar energia para o Brasil e diminuir custos que não impactem mais negativamente”.

“Se houver risco energético, não interessa outro assunto a não ser fazer o horário de verão. Se não houver risco energético, aí é um custo benefício que eu teria tranquilidade, serenidade e coragem de decidir a favor do Brasil”, declarou Silveira.

O horário de verão, segundo o ministério, reduz o uso de energia no horário de pico e, com isso, diminui a necessidade de contratação térmica. O Operador Nacional do Sistema (ONS) estima economizar R$ 400 milhões com a medida, uma quantia baixa perto dos custos extras neste período no sistema elétrico.

Silveira disse que o país enfrenta a pior estiagem dos últimos 94 anos e, por isso, nenhuma possibilidade pode ser descartada – incluindo o horário de verão.

* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.