O ano de 2024 está sendo triunfal para o governador Helder Barbalho, particularmente no que diz respeito às finanças públicas comandadas por ele, que tem em mãos as chaves dos cofres do Pará. É que a maior economia da Amazônia não para de ver a arrecadação crescer, e não só: crescer muito, na ordem de 20% de um ano para outro, algo que nenhum outro estado brasileiro está experimentando.

As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que examinou a prestação de contas de 3º bimestre do Governo do Pará aos órgãos de controle externo e comparou com o balanço do mesmo período entregue ano passado. A conclusão é impressionante: o Poder Executivo estadual faturou em arrecadação líquida R$ 3,315 bilhões a mais, batendo recorde de receita.

De janeiro a junho deste ano, a receita livre de deduções totalizou R$ 20,173 bilhões, muito acima dos R$ 16,859 bilhões apurados no primeiro semestre do ano passado. Agora em 2024, em todos os meses o faturamento líquido superou os R$ 3 bilhões, com taxas comparativas a 2023 variando entre 9% e 38%.

Em janeiro, o crescimento da receita do Governo do Pará foi de 9,6% (R$ 277,4 milhões a mais) no comparativo com janeiro de 2023. Já em fevereiro, o incremento foi de 37,6% (ou R$ 940,1 milhões a mais). Março, que cravou o pico nominal da receita no semestre, reportou 32,6% de aumento (ou R$ 929,4 milhões a mais).

No mês de abril, a taxa de sucesso da arrecadação estadual foi de 18,7% (ou R$ 494 milhões a mais). Por outro lado, em maio, o crescimento foi de 9,7% (ou R$ 288 milhões adicionais). Por fim, em junho, a receita prosperou 12,7% (ou R$ 385,7 milhões a mais). Todo esse resultado permitiu que, no cômputo de 12 meses corridos, entre julho de 2023 e junho de 2024, o Pará registrasse receita líquida de excepcionais R$ 39,58 bilhões, posicionando-se R$ 2,5 bilhões acima do previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) do Estado do Pará, para quem a expectativa de receita líquida em 2024 era de “apenas” R$ 37,057 bilhões.

Se for levado em consideração o comparativo dos 12 meses anteriores, o Governo do Pará ficou, em verdade, R$ 5,28 bilhões mais rico, já que até junho do ano passado o consolidado para um ano era de R$ 34,299 bilhões, naquela ocasião também acima da expectativa da LOA de 2023, que previu receita líquida de R$ 33,372 bilhões.

Pará no ranking nacional

A arrecadação líquida — que é o dinheiro vivo que se ajunta dentro dos cofres públicos e fica disponível para gasto pelos gestores — é um importante indicador da saúde financeira de um ente nacional. No caso do Pará, seu crescimento robusto e consistente revela que o governador Helder Barbalho tem garantido, por meio de medidas fiscais, que as finanças prosperem e, por conseguinte, o Estado tenha capacidade de pagar sua principal despesa, que é com o funcionalismo, além de atuar como prestador ou fomentador de serviços sociais básicos nas áreas de educação, saúde e segurança pública, por exemplo.

Com toda essa pompa e circunstância, e levando em conta a arrecadação líquida de 12 meses corridos, o Pará ocupa hoje a 10ª colocação entre as 27 Unidades da Federação. Se seguir crescendo como tal, até o final de seu mandato Helder Barbalho pode entregar o estado como o 8º que mais arrecada, já que o Pará está poucos milhões atrás de Goiás (R$ 40,11 bilhões líquidos) e Pernambuco (R$ 41,301 bilhões).

Ao mesmo tempo, o estado deixou de ser o 3º com pior arrecadação por habitante. Com seus R$ 4.874 em receita média gerada por morador, o Pará já está à frente de Minas Gerais (R$ 4.732), Pernambuco (R$ 4.559), Bahia (R$ 4.536), Paraíba (R$ 4.533), Maranhão (R$ 4.045) e Ceará (R$ 3.921). São os anos dourados — ao menos financeiramente — do “Sentinela do Norte”, já que seus indicadores sociais ainda o condicionam às últimas posições em rankings nacionais.