Pela primeira vez, a receita bimestral arrecadada pelo Pará ultrapassou o faturamento dos governos de Goiás, potência agrícola com forte desempenho econômico, e Distrito Federal, que movimenta recursos dos setores da administração pública e serviços. Com R$ 5,854 bilhões consolidados nos primeiros dois meses deste ano, conforme divulgado em primeira mão na semana passada pelo Blog do Zé Dudu (relembre aqui), a administração de Helder Barbalho é, agora, a 9ª mais endinheirada da nação.
As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog, após analisar nesta terça-feira (5) a íntegra das prestações de contas das 27 Unidades da Federação encaminhadas ao Tesouro Nacional. A boa performance vem após “surto” de receitas provenientes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em janeiro, que ficou R$ 1 bilhão acima do montante habitualmente recebido por mês.
Além de deixar Goiás (R$ 5,639 bilhões) e Distrito Federal (R$ 4,942 bilhões) para trás no primeiro bimestre, o Pará também se distanciou do Ceará (R$ 4,817 bilhões). Mas isso não quer dizer que o estado findará o ano à frente deles. A receita de Goiás está relativamente próxima e, sem novos surtos de ICMS, a maior praça financeira da Região Norte pode voltar a ser ultrapassada pelo estado do Centro-Oeste. O Distrito Federal também tem grande reação nas receitas no segundo semestre.
O estado com maior arrecadação no primeiro bimestre foi São Paulo, com R$ 37,224 bilhões, seguido do Rio de Janeiro, com R$ 15,35 bilhões, e Minas Gerais, com R$ 13,846 bilhões. Paraná, com R$ 9,842 bilhões; Bahia, com R$ 8,48 bilhões; Rio Grande do Sul, com R$ 8,399 bilhões; Santa Catarina, com R$ 6,697 bilhões; e Pernambuco, com R$ 6,214 bilhões também têm receitas maiores que a do Pará.
7ª pior receita per capita
Embora tenha sido o 9º que mais arrecadou no bimestre, o Pará vive um paradoxo: tem a 7ª menor receita por habitante entre as 27 Unidades da Federação. Se fosse possível pegar tudo o que o Governo do Pará ajuntou em dinheiro vivo e distribuir entre os seus cerca de 8,8 milhões de habitantes, cada paraense ficaria com cerca de R$ 667. Esse valor só não é mais baixo que as médias per capita registradas em Minas Gerais (R$ 647), Rio Grande do Norte (R$ 645), Pernambuco (R$ 642), Bahia (R$ 566), Ceará (R$ 521) e Maranhão (R$ 516).
No extremo oposto, sete estados e o Distrito Federal ostentam médias de recolhimento de recursos por pessoa que superaram R$ 1 mil nos primeiros dois meses deste ano, sendo que o Distrito Federal (R$ 1.597) encabeça a lista e é acompanhado por Acre (R$ 1.529), Roraima (R$ 1.511), Amapá (R$ 1.496), Tocantins (R$ 1.243), Mato Grosso (R$ 1.231), Rondônia (R$ 1.062) e Mato Grosso do Sul (R$ 1.006).