O governo municipal vai realizar um mutirão de combate à Covid-19 nas aldeias indígenas Xikrin do Cateté. A informação foi repassada na sessão desta terça-feira (2), da Câmara Municipal de Parauapebas (CMP), pelo vereador Elias Ferreira.
Ele destacou ainda que o Exército Brasileiro vai montar um hospital de campanha nas aldeias para atender os índios da Terra Indígena Xikrin do Cateté, localizada entre Parauapebas e Água Azul do Norte, onde a doença já fez quatro vítimas e existiriam mais de 90 contaminados.
Ele informou que o mutirão realizado pelo município envolverá as secretarias de Saúde (Semsa), Educação (Semed), Assistência Social (Semas) e Produção Rural (Sempror). A Secretaria de Saúde vai fazer testes rápidos para a Covid-19 na comunidade, enquanto a Semas e Semed irão distribuir cestas de alimentos.
A Semed, segundo ele, vai converter o valor do cartão de Auxílio Merenda dos alunos das aldeias em cestas básicas, que serão entregues às famílias dos estudantes. Ainda de acordo com o vereador, a logísticas para transportar a equipe e as cestas de alimentos será feita pela Sempror. Ele observa que a chegada do vírus na Terra Xikrin é catastrófica e, se medidas não forem tomadas, a doença pode ser devastadora para os índios. “Se medidas enérgicas não forem tomadas, será um caos no local”, resume Elias, agradecendo ao prefeito Darci Lermen, em fazer o mutirão de combate a doença na aldeia, assim como ao Exército.
“É um alento essas duas ações, porque a situação das aldeias é realmente preocupante por conta desse vírus letal”, enfatiza o vereador, lamentando a morte do cacique Bep Baroti Xikrin, que faleceu no último sábado (30).
De acordo com a Casa de Saúde Indígena e a Associação Porekorô, que prestam assistência às aldeias da região, alguns índios se recusam em sair das aldeias para fazer tratamento médico. Esse teria sido o caso do cacique Bep Baroti Xikrin.
Segundo a Casa de Saúde Indígena e a Associação, três aviões chegaram a ser encaminhados até o local para fazer o resgate, mas o cacique se recusou a deixar a aldeia para se tratar na cidade. Por conta dessa relutância, devido as tradições dos povos nativos, é que o Exército vai montar o hospital de campanha para atender os enfermos na própria aldeia.
(Tina Santos)