A capoeira é a quinta manifestação cultural brasileira e reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Nesta sexta-feira (3), comemora-se o dia nacional do capoeirista e na cidade de Parauapebas, sudeste do Pará, o dia é comemorado pelo Grupo Abadá Capoeira, que faz parte de uma das maiores expressões culturais afro-brasileiras.
“Muitas pessoas que não entendem a nossa arte, eu acho que nem é brasileiro. A capoeira hoje tem uma matéria na escola obrigatória para o aluno aprender e não é preciso você ser praticante para entender. Você tem que estudar e pesquisar. Porque é arte nossa, é patrimônio da humanidade”, afirmou o instrutor Pintado, que faz parte do grupo Abadá Capoeira.
Uma das caraterísticas da capoeira é a música, que toca nas tradicionais rodas, ao som de alguns instrumentos musicais como: berimbau, pandeiro e atabaque. Os praticantes da arte usam a ginga e a força misturando arte marcial, esporte, cultura popular e música, servindo de jogo, além de divertimento e espetáculo para quem pratica. A capoeira tem os chamados golpes que são os mortais, traumatizantes, desequilibrantes, esquivas, fugas e floreios.
“A música da capoeira faz parte da nossa vivência, que é contando a história da capoeira no passado, no presente e no dia a dia. A música é passada como motivação para os alunos e uma energia legal. A gente passa a energia para os alunos e os alunos passam essa energia para gente nas tradicionais rodas que são feitas na cidade e também dentro dos projetos sociais”, disse o instrutor Pintado.
Em Parauapebas, o grupo Abadá Capoeira tem sede no bairro Primavera, onde os instrutores ensinam a arte para a comunidade e sempre promovem eventos para pessoas de todas as idades, além de projetos sociais dentro de escolas da cidade. O objetivo dos instrutores da roda de capoeira é a inclusão social através do esporte. Aproximadamente 400 pessoas participam do projeto somando as práticas nas academias e associações.
“A capoeira entrou na minha vida e ela representa muito para mim e para a minha cidade e nós somos os representantes do Pará e do Brasil e é com muito orgulho que divulgamos essa arte aqui em Parauapebas e para o mundo. Eu tenho uma deficiência e o benefício que a capoeira me traz é incrível. Ela melhorou minha coordenação motora, a minha mente, o meu convívio familiar e eu consigo demostrar para qualquer criança que a capoeira transforma, assim como qualquer outro esporte”, falou o instrutor Lagarto, que também faz parte do Grupo Abadá Capoeira.
Por Fábio Relvas