Um grupo do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) é acusado de atear fogo na casa do retiro da Fazenda Ouro Verde, no município de Santana do Araguaia, que entre os dias 4 e 6 deste mês teve o imóvel devolvido aos proprietários após uma longa batalha judicial. Reintegração estendida a outra fazenda, a Vitória Régia.
O ataque à fazenda foi registrado na Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) de Redenção, que está investigando o caso. A informação é de que seis pessoas chegaram em três motos, na fazenda, logo após a saída dos policiais que eram mantidos no imóvel. E estariam ameaçando de morte o gerente da fazenda, Noé Justhus, e um dos donos da “Vitória Régia”.
“Quanto aos funcionários, estão apreensivos. Nas duas propriedades foram adotados protocolos de segurança para evitar acesso de pessoas que não trabalham na propriedade”, diz Genny Silva, diretora-executiva da Associação dos Produtores dos Campos do Araguaia (Aprocampo), entidade que na manhã desta segunda-feira (18) solicitou reunião com a Justiça Agrária, Ministério Público, polícias civil e militar, para propor a criação de um protocolo pós-invasão “para que as polícias possam agir com segurança e respaldo”.
As duas fazendas empregam cerca de 50 funcionários, número que aumenta agora no período de plantio e de colheita. “Não temos segurança jurídica pra trabalhar. Estamos em pleno plantio, e como produzir sabendo que um filho seu está sendo ameaçado por terroristas que são protegidos pelos Direitos Humanos, como se fossem trabalhadores”, indigna-se Genny Silva.
A revolta, misturada com preocupação, deve-se ao fato de que, desde 2007, os proprietários da “Ouro Verde” e da “Vitória Régia” brigam na Justiça para se livrar do MST. Foram cinco reintegrações de posse até agora. A última foi concedida pela Justiça em fevereiro deste ano, mas somente neste mês os invasores foram retirados da área.
“Vamos reunir e buscar uma solução jurídica pra essa falta de respeito com as ordens judiciais”, diz Genny Silva. “Essa insegurança jurídica é muito ruim porque evita novos investidores virem para o Estado gerar emprego, melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da nossa região. Então, é preciso que se resolva isso porque é um problema social. Não é um problema de reforma agrária, mas social. Onde a soja, onde a agricultura chegaram o IDH dessas cidades mudou e a qualidade de vida melhorou muito”, enfatiza a diretora da Agrocampo.
Por Hanny Amoras – correspondente do Blog do Zé Dudu em Belém