O homem morto no último dia 1º, na estrada de acesso ao Assentamento Sapucaia, em Eldorado dos Carajás, sudeste do Pará, usava nome falso e era foragido da Justiça do Maranhão. A informação foi confirmada nesta quarta-feira, 8, depois da localização de familiares da vítima em Bom Jardim, zona rural maranhense. Identificado na ocasião como um lavrador de nome Marcos Gomes da Silva, na verdade, ele se chamava João Vieira dos Santos, de 33 anos, nascido em Zé Doca, no Maranhão. Ele respondia nesse Estado por homicídio, cuja vítima, Francisco das Chagas de Albuquerque França, foi morta a pauladas em 2001. Na época, João chegou a ser preso, mas conseguiu fugir da Delegacia de Zé Doca, no Maranhão, junto com outros dois presos, em 24 de outubro de 2003. Em outubro deste ano, ele foi pronunciado pela Comarca Judiciária de Bom Jardim pela autoria do crime ocorrido no município. A identificação do morto foi feita através de fotos. O termo de reconhecimento foi assinado pelo irmão de João no Maranhão.
Conforme as investigações, depois de fugir do Maranhão, ele veio ao Estado do Pará, onde passou a viver com um nome falso e a morar em diversas cidades, como Goianésia do Pará, Tailândia, Marabá até chegar a Eldorado dos Carajás, há cerca de dois anos. Nesta cidade, ele passou a viver escondido dentro do Assentamento Sapucaia. Ouvida em depoimento, a companheira do morto, Maria Francisca Silva César, disse, na Delegacia do Eldorado dos Carajás, que ele não possuía documentos e apenas se identificava como Marcos. Natural também do Maranhão, a mulher alegou ainda que não sabia de qualquer envolvimento do companheiro em crimes no Estado. As suspeitas de que a vítima seria fugitivo começaram ainda durante o exame de necropsia do corpo no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves em Marabá.
O delegado Silvio Maués, diretor de Polícia do Interior, explicou que as três tatuagens encontradas no corpo da vítima denotavam que se tratava de um presidiário em fuga. “No braço direito havia uma borboleta que significa fugitivo. No peito havia a morte, que significa autor de homicídio. No outro braço, uma índia desenhada significava que se tratava de um presidiário”, explica o policial civil. A confirmação dessas informações veio depois que uma equipe da Polícia Civil de Capanema, sob comando do delegado Vicente Gomes, por determinação do delegado-geral adjunto, Rilmar Firmino, foi ao Maranhão para localizar familiares do morto. Os policiais conseguiram uma foto, do ano de 2001, em que João Vieira dos Santos aparece algemado durante reconstituição do crime do homicídio do qual respondia a processo na Justiça maranhense. Também foi decisiva para a identificação do morto a coleta de impressões digitais feita no CPC Renato Chaves em Marabá através da qual foi possível encontrar a ficha de identificação, a certidão de nascimento e o registro em cartório dele na Comarca de Bom Jardim.
Durante as investigações, duas testemunhas ouvidas em depoimento relataram a conduta criminosa da vítima que era envolvida em crimes na região do Assentamento Sapucaia, onde vivem 26 famílias. Uma das pessoas chegou a ser assaltada por ele. João também é apontado pela autoria de roubos a caminhões de transporte de cargas. Para o delegado-geral adjunto, já existem linhas de investigação sobre o motivo do assassinato de João Vieira dos Santos. A causa mais provável é de vingança. No dia do crime, a vítima foi baleada pela manhã e depois foi socorrida por uma moradora do Assentamento. Já à noite, enquanto ele era levado em uma caminhonete até o hospital municipal de Eldorado dos Carajás, o veículo foi interceptado na estrada por dois homens armados que mandaram os ocupantes descerem e levaram a vítima para ser morta. No veículo, além do motorista, estavam a companheira da vítima e o líder do assentamento que nada sofreram. As investigações do crime prosseguem para identificar e prender os autores do crime.
Fonte: Polícia Civil do Pará
1 comentário em “Homem morto em Eldorado dos Carajás era foragido da justiça do Maranhão”
olha ai, o cara que se dizia sem terra, era procurado da justiça, agora vamos ver se a inprensa nacional divulga a verdade para o pais, porque nossa região é vista como terrasem lei, onde matam trabalhadore rurais e nada acontece, não to aqui querendo justificar os homicidios, que já houveram mas averdade tem que ser dita també em rede nacional.