E continua a saga do prefeito de Parauapebas Valmir Queiroz Mariano. Como dizia um antigo comentarista de futebol, “cada enxadada uma minhoca”. Por qualquer lado que se mexa nesse governo a situação política e administrativa só piora.
Dessa vez, depois de mais uma operação da Polícia Federal em terras parauapebenses, que resultou na prisão da cúpula da Secretaria Municipal de Educação, há comentários que o vereador Majo da Mactra, até então aliado do prefeito e patrono da Semed, anunciará à imprensa seu rompimento com o atual governo. O vereador foi procurado para confirmar a notícia, mas não foi localizado.
A oposição ao governo Valmir Mariano, hoje formada pelos vereadores Charles Borges e Pavão, do Solidariedade, e Eliene e Arenes, do PT, pode ganhar mais uma aliado já a partir da próxima semana, o que abriria portas para um novo pedido de afastamento do prefeito, tal qual aquele que outrora tanto desgastou a oposição – que chegou a dar posse à vice-prefeita Ângela.
Ainda não se sabe qual será o teor do pedido de afastamento do prefeito, ou qual argumento a oposição usará para convencer seus pares a votar com ela. O que é certo é que a Câmara se mostra dividida. Vereadores aliados, assim como boa parte daquela Câmara, estão desgastados com tamanha incompetência política. O próprio staff político do prefeito no Morro dos Ventos está desgastado por não ver cumpridos tantos acordos políticos e em virtude da demora do prefeito em tomar decisões que já não mais podem ser proteladas.
Os vereadores Devanir e Maridé não usam mais a tribuna para marcar posição junto ao governo. Bruno Soares e o neófito Parceirinho ainda não demonstraram de que lado estarão caso um pedido de afastamento realmente seja apresentado na próxima terça-feira.
Zacarias faz carreira solo na função de defender o governo, enquanto os petistas Euzébio e Miquinha se mantém em cima do muro, hora votam com o governo, hora com suas consciências.
Lá do Morro dos Ventos, a sede da prefeitura, chega a notícia que articulações estão sendo feitas no sentido de pacificar a relação do executivo com o legislativo. Todavia, Valmir Mariano tem um tempo diferente de todos os outros políticos. Demora demais pra decidir ações e isso pode colocar toda a articulação a perder.
No geral, o atual cenário é esse: vereadores que teimam em se manter na oposição por não receberem nenhum tipo de chamego do executivo; vereadores que têm consciência da derrota administrativa que seria para o município o afastamento de Valmir, já que enxergam em Massud, esposo da vice-prefeita, uma raposa faminta com intenções nem lá tanto republicanas; e outros que se mantém na situação, mesmo sabendo das dificuldades do prefeito em lidar com o caos político em que se meteu.
Os próximos capítulos mostrarão o que pretendem nossos edis, já que a maioria conhece sua função, sabe o que deve ser feito e até tenta, mas volta e meia, recebe uma paulada do executivo.
Nosso município passa por problemas terríveis. Não bastasse a queda na arrecadação, em virtude do mercado instável e da crise financeira que assola todo o país, vivemos um momento político muito ruim. Seria a hora exata de separar o joio do trigo. De nossos edis mostrarem que realmente estão preocupados com Parauapebas, com a população e com nosso futuro. Para tanto, é necessário que aquele plenário da Câmara seja usado para a apresentação de sugestões que busquem solucionar os problemas, e não para que novos sejam criados.
Enquanto nossos vereadores discutem a permanência do prefeito e o sexo dos anjos, o belenense Zenaldo Coutinho articula, na Alepa, o aumento do repasse do ICMS para a capital, cortando ainda mais a quota parte de Parauapebas; e os deputados cearenses articulam levar a Siderúrgica da Vale para o Ceará, mesmo com a matéria prima estando aqui do lado.
Concordo que a atual conjuntura política local não está nada boa. Mas, há de se dito, nossos edis têm boa parcela de culpa nisso tudo e não podem, nesse momento, se acovardarem e buscar no afastamento do gestor a solução para a melhoria de suas imagens políticas. Seria muito egoísmo da parte deles. É hora de todos fazerem mea culpa, arregaçarem as mangas e buscar soluções democráticas para tirar Parauapebas desse marasmo em que se encontra. O comércio, a indústria e a população agradeceria muito.
2 comentários em “É hora dos vereadores assumirem seus papéis”
Texto coerente, expressa a ânsia da sociedade parauapebense por uma solução perante o problema econômico que se instalou em nossa cidade, como também expressa a necessidade de um planejamento a longo prazo para romper o elo de dependência de nossa cidade com o ciclo minerador, que é finito e bastante agregado à variação do comércio exterior. No entanto, há um problema fundamental
Não tenho simpatia por esse governo municipal, acho que fui o primeiro nesta cidade a falar pelos quatro cantos que o tempo do Sr Valmir é diferente do tempo de qualquer pessoa envolvida na gestão e na politica local. Lento, Lerdo e não Confiável. Porém o vereador Majó, que acho arrogante, deveria no mínimo demonstrar um pouco de caráter e defender a Secretária Juliana sim. Ela foi indicada por ele, ao qual foi obediente e subserviente em todo momento.Embora ele soma pouco, mas acovardar agora é leviandade para quem gozou das beneces todo este mandato.