Marabá se tornou polo referencial em saúde na região, entre os 21 municípios que participam do Programa de Pactuação Integrada (PPI). De acordo com o Censo de 2018 do IBGE, os hospitais de Marabá alcançam aproximadamente 20% da população do Estado do Pará. Essa perspectiva faz com que o município tenha uma abrangência de atendimento de cerca de 1.200.000 habitantes.
Diariamente, o Hospital Municipal de Marabá (HMM) atende, em média, 400 pessoas e o Hospital Materno Infantil (HMI) não fica atrás, com cerca de 300 atendimentos. Segundo o diretor técnico do HMM, Marcos Jovã, dos 110.522 atendimentos registrados entre janeiro a novembro de 2018, apenas 65% são residentes de Marabá e os outros 35% são de municípios vizinhos.
A enfermeira Janaína Lopes explica que o atendimento de pacientes dos municípios vizinhos deve passar primeiro pela Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde. Ou seja, antes de encaminhar os pacientes, os municípios devem entrar em contato com o SISREG (Sistema de Regulação) e solicitar o procedimento desejado, seja para parte ambulatorial (consultas especializadas e exames) ou hospitalar (leitos). Isso possibilita a avaliação para saber se o paciente tem condições de ser assistido pelo HMM ou pelo Hospital Regional, em casos de demandas mais complexas.
“Muitos municípios não estão seguindo esse fluxo. Com frequência aparecem pacientes sem essa regulação e alguns, em situação mais grave, são encaminhados para o HMM ou HMI. E isso dificulta o atendimento aqui, além de perder a garantia de uma assistência mais qualificada para esse paciente”, explica Janaína, acrescentando que, mesmo sem a devida regulação, os enfermos que chegam ao município são recebidos e atendidos pelos hospitais.
No caso do Hospital Materno Infantil, a média de parturientes sem regulação é de 23%, ou seja, cerca de 100 mulheres que vêm de municípios vizinhos são atendidas sem passar pelo sistema.
Dos 3.055 partos (cesáreo e normal) registrados nos meses de junho a dezembro, 577 parturientes de municípios pactuados chegaram àquela casa de saúde sem realizar nenhuma regulação pelo sistema. Somente na primeira quinzena do mês de janeiro de 2019, 51 mulheres não reguladas foram atendidas no HMI.
“Nos casos que não são perfil do Hospital Municipal ou Hospital Materno, temos de proceder esse cadastro para o Regional, através do outro sistema e aguardar. Enquanto isso, esse paciente fica ocupando leito nos hospitais até liberar um leito no HR”, acrescenta a enfermeira.