Contando hoje com cerca de 40 estabelecimentos hoteleiros, com oferta de 2.800 quartos e apartamentos, a cidade de Parauapebas tem um déficit de 1.200 leitos de hotel para atender à crescente demanda no município, segundo levantou a reportagem do CORREIO DO TOCANTINS.
O jornal resolveu apurar o tema, devido às constantes queixas de turistas quanto à dificuldade em encontrar vagas nos hotéis e também quanto ao custo das diárias tido como superior à média de outras cidades.
Quem confirmou esses números ao CT foi o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Parauapebas (Acip), Oriovaldo Mateus, que administra dois hotéis instalados no núcleo urbano de Carajás, de propriedade da mineradora Vale, e um dele próprio, localizado no Bairro Cidade Nova, Centro.
Municípios localizados no entorno dos projetos de mineração explorados pela Vale na região, de Marabá a Ourilândia do Norte, também sofrem com a falta de vagas em bons hotéis. Segundo o empresário, a situação é tão precária que os hoteleiros de Parauapebas muitas vezes recorrem a vagas para hospedagens nos poucos hotéis instalados na vizinha cidade de Curionópolis.
Por causa deste problema, o mercado de hospedagem em pousadas, repúblicas e até mesmo em residências particulares tem aumentado gradativamente no município, especialmente em finais de semana ou em curtas temporadas.
Outro setor que vem crescendo também descontroladamente em Parauapebas por causa da falta de vagas em hotéis é o aluguel de imóveis para trabalhadores que vêm de fora para prestar serviço no município. Para piorar a situação, o presidente da Acip revela que 50% das vagas de hotéis disponíveis na cidade são contratadas pela Vale e outras empresas para acomodar seus trabalhadores graduados que vêm de outros estados e não têm onde ficar.
No início da contratação dessas hospedagens em hotéis, há cerca de quatro anos, os clientes fechavam as contas nos finais de semana para viajar às suas cidades de origem, mas muitas vezes quando retornavam não encontravam mais vagas no estabelecimento, e por isso o contrato passou a perdurar também nos finais de semana, mesmo deixando o apartamento fechado.
Oriovaldo Mateus detalha que a cidade é visitada mensalmente por muitas pessoas, mas estas têm reclamado com a falta de local para se hospedar, pelo menos nos finais de semana. Hoje é normal a formação de enormes “filas” em hotéis da cidade, de 20 a 30 dias, à espera de vagas para hospedagem.
Atualmente, existe em Parauapebas algo em torno de meia dúzia de novas construções de hotéis de grande porte, cuja inauguração deve ocorrer no princípio do ano que vem, com uma oferta aproximada de 600 novos leitos. Um dos hotéis está sendo construído como um espigão de 12 pavimentos, na entrada da cidade.
Com este déficit hoteleiro, o empresário vislumbra que hoje um dos melhores investimentos a ser feito em Parauapebas, com retorno financeiro imediato, é a construção e administração de hotel.
Hoje o preço médio de diárias de hospedagem na cidade gira em torno de R$ 150, considerando aí os estabelecimentos de grande e pequeno porte. Boa parte dessas hospedagens oferece café da manhã, almoço e jantar, além dos serviços de praxe, como frigobar, estacionamento, internet, telefone fixo e pessoal qualificado para atendimento.
Usuário
Técnico de informática que vem à cidade duas vezes ao mês para prestar assistência a impressoras, Cláudio Firmino Filho relata que várias vezes passou apuros por não encontrar vagas em hotel, nem mesmo com reserva antecipada.
“Eles dizem pra gente que durante a semana é sempre mais complicado, pois os hóspedes são todos turistas de negócio”, relata Cláudio Firmino Filho, reclamando em seguida dos preços das diárias. “Também é difícil pechinchar. Como a procura é maior do que a disponibilidade, eles aumentam mesmo os valores e não aceitam negociar”, diz o técnico.
Fonte: Waldyr Silva/Correio do Tocantins