Ibama de Marabá resgata 92 animais domésticos abandonados em Terra Indígena

Objetivo é proteger a biodiversidade local e garantir melhores condições de vida aos animais removidos

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No decurso das ações de desintrusão realizadas na Terra Indígena (TI) Apyterewa, no sudeste do Pará, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) resgatou, entre os últimos dias 12 e 17 de agosto, 92 animais domésticos que estavam abandonados no interior da área. A ação foi realizada pela Gerência Executiva do Instituto em Marabá, com apoio da Unidade Técnica de Altamira. 

Os cães e gatos retirados do território indígena foram deslocados para o município paraense de Itupiranga, onde foi construído um espaço específico para recebê-los. O procedimento contou com suporte de um médico veterinário da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), para a garantia do bem-estar dos pets durante o transporte.

O objetivo, além de garantir melhores condições de vida aos animais removidos, foi proteger a biodiversidade local, tendo em vista que os animais domésticos são considerados espécies exóticas invasoras na região. 

Até o momento, 94 cães resgatados da TI já foram doados por meio da Campanha Adote Apyterewa. Contudo, cerca de 48 gatos e outros 30 cães ainda buscam um lar. O Ibama segue com a divulgação da campanha.

SAIBA MAIS

Lideranças do povo Parakanã estiveram em Brasília no dia 12 de agosto, para denunciar novas invasões e ameaças dentro da TI Apyterewa. O cacique Mama Parakanã e representantes da Associação Indígena Tato’a, organização que atua na TI e representa o povo Parakanã, se reuniram com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a Casa Civil, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Polícia Federal (PF).

A nova denúncia ocorre cinco meses após as lideranças do povo Parakanã receberem, em 6 de março deste ano, uma Certidão de Conclusão de Desintrusão da Terra Indígena, documento do governo federal declarando a retirada dos invasores de dentro do território, após anos de ocupação ilegal. A entrega foi feita pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e pelo secretário-geral da Presidência, Márcio Macedo.

“A desintrusão aconteceu, mas não adiantou nada. Os fazendeiros estão voltando, estão trazendo gado de novo,” alertou o cacique Mama Parakanã. Ele relata que as invasões voltaram a ocorrer em junho e, em 5 de julho, houve um ataque mais grave: dez indígenas que haviam saído para coletar cacau dentro do território foram abordados por homens armados e agredidos fisicamente. Por conta disso, os integrantes do povo Parakanã deixaram de circular livremente na terra indígena.

Fontes: Ibama e InfoAmazônia

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