Depois de aparecerem em rede nacional como os lugares com maior taxa de prevalência da Covid-19, os municípios paraenses de Belém, Castanhal, Marabá, Redenção, Santarém, Altamira e Breves vão enfrentar a segunda fase da pesquisa Epicovid19-BR organizada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), custeada pelo Ministério da Saúde e que tem o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) como coletor dos dados em campo.
Desde ontem (4), cerca de 2.600 pesquisadores do Ibope estão circulando pelas cidades paraenses e outras 125 cidades brasileiras realizando 250 testes em cada uma delas para dimensionar o tamanho da infecção no país. É uma amostragem com 33.250 participantes apenas nesta etapa da pesquisa que será concluída neste sábado (6).
O levantamento seleciona a cidade mais populosa de cada uma das 133 regiões intermediárias do país, que são divisões do território nacional definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A seleção das residências e das pessoas que serão entrevistadas e testadas ocorre por meio de sorteio aleatório, utilizando os setores censitários do IBGE como base. Segundo a UFPel, durante a visita, os pesquisadores coletam uma gota de sangue da ponta do dedo do participante, que será analisada pelo aparelho de teste em 15 minutos. Em caso de resultado positivo, os profissionais comunicam a vigilância epidemiológica local.
Breves, Belém e Marabá no topo
Vale lembrar que, durante a primeira fase do estudo, Marabá apareceu como um dos municípios brasileiros com maior presença de anticorpos do novo coronavírus circulando no meio da população. De 250 testes aleatórios, 18 pessoas tiveram resultado positivo e sequer sabiam que estivessem com a Covid. O episódio foi amplamente reportado pelo Blog do Zé Dudu (relembre aqui). Breves foi o município do país com a maior taxa de infecção na primeira fase do estudo. Lá, um em cada quatro municípios já teriam tido Covid. E Belém, de longe, a capital com a maior prevalência, com ao menos 15% da população infectada.
A UFPel alerta ser muito importante que os moradores recebam os pesquisadores e aceitem participar do estudo. Além de ficar sabendo o resultado do exame, cada participante contribui com dados que serão fundamentais para a definição de estratégias de enfrentamento da pandemia com base em evidências científicas.
Na primeira etapa da pesquisa, entre os dias 19 e 21 de maio, 90 cidades brasileiras foram investigadas. Para cada diagnóstico confirmado, o estudo projetou sete casos reais não notificados. Uma terceira e última fase está prevista para ocorrer daqui a duas semanas. Essa é a maior pesquisa do mundo para dimensionar a taxa de infecção e o alastramento do coronavírus.