Igarapé-Miri e Paragominas lideram produção agrícola no Pará

Um é rei do açaí no Brasil e o outro, campeão da soja na Região Norte. Juntos deram ao Pará quase R$ 1,5 bi em riquezas da terra. Estado tem campeões, também, no cacau e no abacaxi.

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Dos R$ 10,799 bilhões que o Pará produziu ao longo do ano passado em commodities agrícolas, ao menos 13,7% saíram diretamente de dois municípios. Igarapé-Miri, liderança nacional do açaí, e Paragominas, potência paraense da soja, movimentaram juntos R$ 1,482 bilhão em delícias da terra e são os campeões do estado na produção do campo. Eles também são os únicos do Pará a figurar na lista das 100 localidades brasileiras que mais produzem recursos agrícolas.

As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que mergulhou nos números da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) referente a 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento é o retrato mais fiel e atualizado do que os municípios extraem de suas lavouras.

Igarapé-Miri, há anos, é destaque na produção de açaí e lidera o ranking nacional. Em 2019, o município considerado pobre e onde o rendimento médio de um trabalhador formal não passa de R$ 2.076 produziu R$ 880 milhões da matéria-prima líquida mais apreciada pelos paraenses e visitantes. O segundo colocado em nível nacional, Cametá, parece criança diante de Igarapé-Mirim: Cametá produziu “somente” R$ 271,07 milhões em açaí, três vezes menos.

Já Paragominas é campeão disparado da produção de soja em toda a Região Norte. No ano passado, o município cravou R$ 549,18 milhões em lavoura sojícola, quase o dobro do segundo colocado no estado, Dom Eliseu, onde foram movimentados R$ 297,76 milhões. Atualmente, Paragominas é o 37º maior produtor brasileiro dessa commodity.

Do cacau ao abacaxi

Além de Igarapé-Miri e Paragominas, dois municípios paraenses também superam o meio bilhão de reais em produção das entranhas do campo: o cacaueiro Medicilândia (R$ 512,92 milhões) e o sojícola Ulianópolis (R$ 500,91 milhões). Diga-se de passagem, Medicilândia segue sendo o maior produtor nacional de cacau, com grande distância do segundo colocado, que também é paraense: Uruará. Dos dez maiores produtores de cacau do país, seis estão aqui no estado.

Em seguida, na composição dos dez maiores produtores de commodities agrícolas no Pará, aparecem Tomé-Açu (R$ 341,04 milhões), Cametá (R$ 339,32 milhões), Tailândia (R$ 336,46 milhões), Dom Eliseu (R$ 317,57 milhões), Abaetetuba (R$ 294,09 milhões) e Santana do Araguaia (R$ 293,75 milhões).

Além de ter líderes na produção de açaí e cacau, o Pará também tem Floresta do Araguaia como manda-chuva em abacaxi. Mas o município precisa abrir o olho porque, nas contas do IBGE, a produção local da fruta caiu de R$ 451,92 milhões em 2018 para R$ 172,5 milhões em 2019. Agora, ele corre risco de perder o título, nos próximos três ou quatro anos, para o fluminense São Francisco de Itabaopoana (R$ 119,12 milhões) ou para o tocantinense Miracema do Tocantins (R$ 51,04 milhões, mas onde a produção disparou 136% de um ano para outro).