Os constantes clamores das autoridades sanitárias e até do governador do Pará, Helder Barbalho, para manter o isolamento social a fim de evitar o alastramento da pandemia do coronavírus ainda não foram suficientes para sensibilizar metade dos paraenses. Isso porque, enquanto o número de casos de Covid-19 tem disparado nos últimos dias, 52,55% da população do estado seguem perambulando pelas ruas, muitos até sem necessidade, menosprezando a capacidade letal de um vírus novo, desconhecido e contra o qual não há antídoto ou vacina.
A informação foi levantada pelo Blog do Zé Dudu que consultou os dados da empresa In Loco, que faz mapeamento por geolocalização, a partir do uso de dispositivos móveis, de ao menos 60 milhões de brasileiros. A empresa diz que a tecnologia não identifica pessoas, garantindo sua privacidade e anonimato.
Em Parauapebas, apenas 42,2% cumpriam o isolamento social na quinta-feira (9), data da última apuração. Isso quer dizer que, no momento da coleta de dados pela In Loco, 57,8% dos moradores estavam circulando de um lado a outro da cidade. É um dos índices mais baixos do estado — o 18º pior entre os 144 municípios paraenses. Não é demais lembrar que o número de casos confirmados de Covid-19 em Parauapebas deu um salto de quatro para nove, de quinta para sexta (10). A circulação das pessoas contribui, inclusive, para disseminação daqueles que estão infectados, mas são assintomáticos.
Sudeste do Pará está mais “solto”
A In Loco criou o Índice de Isolamento Social para auxiliar no combate à pandemia, traçando o percentual, por estado, da população que está respeitando a recomendação de isolamento estabelecida pelos governos. No Pará, pelo último levantamento realizado na quinta (9), apenas 47,45% da população estavam em isolamento, proporção abaixo da média nacional, de 50,6%. O melhor desempenho do estado foi por volta do dia 20 de março, quando 65% dos paraenses respeitavam o isolamento. O estado é o 15º entre as 27 Unidades da Federação quanto ao respeito à quarentena.
No Brasil, de acordo com a In Loco, o estado de Goiás é quem mais tem respeitado o isolamento social para tentar desacelerar a transmissão da Covid-19. Lá, na quinta, a taxa de reclusão era de 54,17% da população. No Tocantins, entretanto, que se espreme entre o Pará e Goiás, está a segunda menor taxa de isolamento, 40,97%. E o Mato Grosso do Sul é o lanterninha: 39,55%.
As três cidades paraenses com piores taxas são todas do sudeste do estado, mesorregião que é vizinha do Tocantins, estado com o segundo pior indicador de isolamento. Bom Jesus do Tocantins (35,4%), Sapucaia (35,9%) e Tucumã (36,5%) amargam taxas baixíssimas. Já os melhores indicadores estão nos municípios mais pobres do estado: Tracuateua (82,4%), Magalhães Barata (73,8%) e Inhangapi (68,5%).
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