Preocupados com a segurança de suas etnias, indígenas de todo o Brasil se manifestaram contra a mineradora Vale, pedindo mais segurança nas barragens, com o intuito de evitar acidentes como os ocorridos em Mariana (MG), em 2015, e em Brumadinho (MG), no último mês. Em Parauapebas, o ato ocorreu na portaria da Floresta Nacional de Carajás, onde guerreiros da tribo Xikrin fizeram protesto pacífico, pedindo, como prioridade, que sejam inseridos representantes indígenas nas comissões de avaliação da situação das barragens.
“Isso nos deixará mais tranquilos, pois, os laudos feitos sem nossa presença não nos dão a mínima segurança”, afirmou Nhui Pokre Xikrin, representante da comunidade indígena, dizendo-se temeroso de que, em caso de acidente, toda a população residente da área de mineração da Vale, em Carajás, possa ser dizimada.
Mas, não é apenas contra a Vale que os indígenas se manifestaram, estão também descontentes pela mudança nas atribuições de demarcação de suas terras, que era feita pela Funai (Fundação Nacional do Índio), e agora passa a ser feita pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Outra mudança não bem recebida pelos índios é o fim da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), instituição que cuidava da saúde dos povos indígenas. Com isso, os índios passam a ser atendidos da mesma forma que os demais, pelo SUS (Sistema Único de Saúde). “Não podemos aceitar que nossos irmãos fiquem à míngua nas filas do SUS, pois, temos conhecimento de que a saúde no Brasil não tem funcionado”, preocupa-se Nhui, dando por certo que as manifestações continuarão até que o governo dialogue com os caciques antes que qualquer decisão seja tomada.