Indígenas fazem protesto por reforma de Casa de Apoio em Parauapebas

Eles exigem que a mineradora Vale não só recupere quanto amplie o imóvel. O prefeito Darci Lermen conversou com as lideranças e agendou uma reunião para a próxima segunda-feira (21)

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Indígenas da aldeia Djudjê-Kô, uma das quatro do povo Xikrin, em Parauapebas, fizeram protesto pacífico na manhã de hoje, durante uma hora, em frente ao Fórum da cidade. Segundo o cacique Bep Krokti, eles reivindicam da Vale reforma e recuperação da Casa de Apoio, na Serra dos Carajás, onde ficam hospedados qual saem das aldeias para tratamento de saúde. Entretanto, de acordo com o cacique, a mineradora se propõe somente pintar o prédio.           

“A Vale tem o dever de fazer, mas nem as telhas querem trocar. Nós queremos a ampliação, porque as aldeias cresceram. Mas eles só querem pintar e colocar rede elétrica”, reclama Bep Krokti.

O prefeito de Parauapebas, Darci Lermen (MDB), esteve no local do protesto com o objetivo de intermediar um diálogo entre os indígenas, a Vale, a Justiça e o ICMbio. Ele conseguiu marcar uma reunião para a próxima segunda-feira (21) com todos os envolvidos.       

Lermen disse que há um convênio com a Vale já de muitos anos, para a manutenção da Casa de Apoio e a Vale quer apenas que eles saiam de lá e fiquem em outra casa, enquanto realiza a obra, mas, segundo prefeito, eles se recusam a desocupar o imóvel temporariamente.

“É importante esse diálogo, todo mundo quer o bem dos índios, estamos felizes com isso. São pessoas que moram aqui há muitos anos, muito antes de nós, por isso nós precisamos ter esse atendimento, esse carinho por eles, fazer isso tudo com amor”, contemporizou o prefeito de Parauapebas.

Na opinião de Darci Lermen, a Vale, certamente não vai se negar a atender as reivindicações dos indígenas. “Mas, é preciso que no momento de construir lá, eles venham para outra casa. Há uma resistência deles, mas por conta da saúde [na serra os indígenas estão mais próximos do Hospital Yutaka Takeda], mas, certamente eles vão aceitar isso, tivemos uma conversa muito boa”, afirmou Lermen.  

Segundo ele há um convênio de valor significativo com a Prefeitura de Parauapebas para custear as despesas dos indígenas e hoje a administração municipal está recuperando as estradas das aldeias e construindo 14 pontes. “Além disso temos para eles todos os programas sociais de saúde, educação, assistência e a limpeza urbana”, lembrou Lermen.

(Caetano Silva)