Com as queimadas constantes consumindo a Terra Indígena (TI) Mãe Maria, lar das tribos da etnia Gavião, está sendo debatida a criação de uma brigada permanente de incêndio na região. A discussão aconteceu nesta segunda-feira (3), na sede do Ministério Público Federal (MPF), durante reunião de emergência com membros do MPF, Corpo de Bombeiros, Corpo de Bombeiros, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Localizada na BR-222, a 16 km do distrito de Morada Nova, em Marabá, a TI Mãe Maria talvez seja o território indígena mais antropizado do país: dois linhões, uma ferrovia e uma rodovia federal cortam a área que abriga hoje pelo menos 30 aldeias.
Além da fauna e flora que estão sendo devastadas na área, casas já foram destruídas pelos focos de incêndio descontrolados na reserva. Em razão disso, a comunidade indígena que vive ali vem exigindo a criação de uma brigada.
“O nosso território todo está com focos de incêndio muito altos. A gente não tem equipamentos específicos, a gente não tem uma brigada dentro do território. Estamos combatendo incêndio com balde de água e tudo que a gente pode,” relata Aiteti Gavião, uma das lideranças da TI.
Devido ao grande número de queimadas, sempre nesta mesma época do ano, as lideranças da TI Mãe Maria vêm solicitando, desde 2011, a criação de uma brigada permanente de combate a incêndios composta pelos próprios indígenas, conforme revelou Aiteti Gavião.
Um novo encontro acontecerá no dia 27 de setembro, com representantes da concessionária Equatorial Energia, Norte Energia, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da mineradora Vale, para estruturação da brigada de combate a incêndios na TI Mãe Maria. A nova força tarefa demandará a aquisição de equipamentos, treinamento de pessoal e recursos para pagamento dos brigadistas.