Indígenas da etnia Kayapó se reuniram na manhã de quinta-feira (28), no Centro de Atendimento da Saúde Indígena (Casai), em Redenção, para protestar, contra o fim do Sesai (Secretaria de Saúde Indígena). A notícia de que eles passarão a ser atendidos pelos SUS (Sistema Único de Saúde), uma das medidas anunciadas pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandeta, não agradou aos indígenas, que ontem fizeram manifestações pelo País inteiro.
Com pintura de guerra, homens, mulheres e crianças protestaram com veemência e dizem não aceitar a decisão do ministro e tampouco concordam que a saúde Indígena seja obrigação do município.
Ouvido pela Reportagem do Blog Zé Dudu, o conselheiro de saúde Indígena de Redenção, Poy Kayapó, disse que os municípios do Estado do Pará não têm infraestrutura adequada para receber o povo indígena. “Nos não aceitamos. O povo indígena de todo o Brasil não aceita a municipalização da saúde indígena. Confiamos na Sesai e lá tem como atender todo o nosso povo”, reivindicou.
Outro indígena, Nhakita Kayapó, frisou que, caso a Sesai acabe, muitos índios ficarão prejudicados. É o caso da índia Kabati Kayapó, que está com o neto de seis anos com malária. Com o fim da instituição, ela prevê que o tratamento ficará prejudicado: “Se o Sesai acabar vai encerrar o tratamento do meu neto. Ele está com malária e nós estamos fazendo o tratamento aqui na Casai. Por isso, peço às autoridades, que ajuda agente para manter a Casai”, apelou.