Os índios Kayapó desbloquearam, no início da noite desta quarta-feira (22), o acesso ao Projeto Onça Puma, da mineradora Vale, localizado no município de Ourilândia do Norte, no sudeste do Pará. Eles haviam interditado a entrada do empreendimento no início da tarde, cobrando a liberação de um recurso referente às mitigações do citado Projeto Onça Puma.
Também citaram estar cobrando o repasse de um auxílio emergencial relacionado à covid-19, no valor de R$ 7 milhões, que teria sido prometido a eles pela Vale na última sexta-feira (17). A promessa é negada pela mineradora.
Na semana anterior, os indígenas se mobilizaram em Tucumã, também no sudeste do Pará, aguardando uma resposta sobre o pagamento do recurso referente a mitigações sobre o Projeto Onça Puma. O recurso foi garantido aos índios Kayapó e Xikrin por decisão judicial, proferida pelo Tribunal Regional Federal (TRF) em 2018.
As duas etnias, cujas aldeias foram impactadas pelo Projeto Onça Puma, já receberam repasse desse recurso, mas como não teriam prestado conta, a Vale suspendeu o repasse e passou depositar em juízo, até que seja resolvida essa questão. Em nota à Imprensa, a mineradora informa que já depositou aproximadamente R$ 120 milhões em juízo. A empresa também informa que nunca prometeu auxílio emergencial por conta da pandemia da Covid-19 à comunidade indígena.
Confira nota enviada pela Vale:
Nota à imprensa
“A Vale informa que não foi firmado acordo para repasse emergencial aos indígenas Kayapó que interditaram, na tarde desta quarta-feira, 22/7, a portaria do empreendimento Onça Puma, em Ourilândia do Norte. A empresa ressalta que respeita e está dialogando com o povo Kayapó e que vem cumprindo a ordem judicial da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), depositando mensalmente em juízo os valores destinados às comunidades indígenas beneficiárias. Até o momento, a Vale já depositou aproximadamente R$ 120 milhões, valor quase que totalmente levantado pelos indígenas”.
Por Tina Santos