Brasília – O aquecimento do agronegócio brasileiro alavancou o faturamento da indústria de máquinas e equipamentos, que cresceu 45,4% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado, totalizando R$ 17,5 bilhões em 2021. Em relação ao mês anterior, no entanto, houve estabilidade, com variação de -0,1%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (28), em comunicado ao mercado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Nos últimos 12 meses, as vendas do setor totalizaram R$ 198,7 bilhões, alta de 27,9%. No primeiro semestre do ano, a receita cresceu 40,3% na comparação com igual período de 2020. O faturamento de janeiro a junho passou de R$ 100,2 bilhões. Para este ano, a Abimaq estima crescimento de 18% a 20% no setor.
Segundo a entidade, os resultados são explicados pela manutenção do crescimento nos setores ligados ao agronegócio e pela recuperação das áreas ligadas ao consumo de bens duráveis e semiduráveis. O alto crescimento, acima de 45%, também é justificado porque a base de comparação em 2020 é baixa, tendo em vista as medidas sanitárias exigidas para controle da pandemia de covid-19.
“O crescimento agora está muito grande, de 27,9% [semestral], mas estamos já prevendo um crescimento até o final deste ano, que deve ficar entre 18% e 20%. Não é que vai desacelerar, o setor vai continuar acelerado, mas a base baixa vai sendo diluída com outras bases maiores do ano anterior,” explicou o presidente da Abimaq, José Velloso.
Ele acrescenta que “[os números] poderiam ser melhores, se não fossem as exportações que ainda estão ruins em relação à média que tiveram no ano passado”. De uma forma geral, os resultados são considerados animadores para a indústria de máquinas e equipamentos, mas ainda estão 23,8% abaixo da média entre os anos de 2010 e 2013.
Em relação aos empregos, foram criados 61 mil postos de trabalho em junho, na comparação com o ano passado. O setor emprega 357 mil pessoas diretamente.
Por Val-André Mutran – de Brasília