Após quedas sucessivas na performance industrial, altamente concentrada na extração de recursos minerais, o Pará reagiu. Nesta terça-feira (9), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reportou que a produção física paraense cresceu 9,8% em junho no comparativo com maio. Foi o maior crescimento do país no mês.
A maior economia da Região Norte conseguiu eliminar parte do recuo de 13,3% verificado em maio último. Isso é importante porque o Pará era a única região industrial pesquisada pelo IBGE que vinha “apanhando”, com sucessivos índices negativos de produção física, o que vinha sendo sobremaneira agravado pelo desempenho tacanho da extração de minério de ferro nos municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás.
Desde março, a produção física de minério de ferro paraense vinha capengando, tendo caído levemente de 11,79 milhões de toneladas naquele mês para 11,78 milhões em abril. Na sequência, caiu para 8,76 milhões de toneladas em maio. Mas a guinada veio em junho, quando o Pará registrou 13,69 milhões de toneladas de minério, o que representou crescimento na produção física de 56,3% sobre maio.
Em julho ― cujo resultado da produção só será revelado pelo IBGE no mês que vem ―, o Pará também apresentou crescimento da atividade industrial quanto à produção de minério de ferro, avançando para 15,93 milhões de toneladas. O minério é parâmetro para a economia paraense, tendo em vista que seu “peso”, tanto físico quanto monetário, faz a diferença na cesta do estado.
Queda generalizada
O Pará pode, sim, comemorar o bom desempenho de sua atividade industrial em junho, de forma pontual, mas não há muito a celebrar nos demais recortes feitos pelo IBGE. Se for comparado junho de 2022 com o mesmo mês do ano passado, a queda na produção física do estado é de 3,6%, retração esta puxada por uma extração mineral menos vigorosa este ano em relação a 2021.
No acumulado de janeiro a junho, a queda da atividade industrial paraense foi de 10,4% e no acumulado de 12 meses, queda de 9%. O Pará e o Espírito Santo são as únicas Unidades da Federação que apresentaram queda generalizada nos comparativos de produção de junho (de 2021 para 2022), acumulado do ano (janeiro a junho de 2022) e acumulado de 12 meses (julho de 2021 a junho de 2022).