Motor da produção de riquezas expressas em Produto Interno Bruto (PIB), a indústria paraense despencou 4,2% em janeiro no comparativo com dezembro de 2019. Foi o pior desempenho entre as Unidades da Federação pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou os resultados da Produção Industrial Mensal (PIM) Regional na manhã desta quinta-feira (12). O Blog do Zé Dudu teve acesso ao levantamento completo de 67 páginas, em que o Pará aparece registrando queda ainda mais agressiva, de 6,6%, no confronto com janeiro do ano passado.
No início deste ano, além do Pará, Mato Grosso apresentou queda na produção física de sua indústria, de 2,3%. As demais regiões pesquisadas pelo IBGE, no total de 13, ostentaram crescimento, com os estados da Bahia (10,3%) e Pernambuco (8,7%) liderando o bom desempenho da indústria nacional.
O Blog do Zé Dudu apurou que a retração aqui no estado teria sido ainda maior não fosse o aumento estratégico na produção de minério de ferro da multinacional Vale na mina de S11D, em Canaã dos Carajás. É que o minério de minério é o produto de maior peso na cesta industrial paraense, justamente pelo volume com que é extraído pela indústria mineral. A commodity representa algo em torno de 90% do valor físico das operações industriais consolidadas no Pará.
Em janeiro deste ano, Canaã dos Carajás rendeu 7,57 milhões de toneladas de minério ante 5,4 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado. Já em Parauapebas, maior produtor nacional do produto, houve queda em janeiro. A capital do minério registrou 8,39 milhões de toneladas de minério de ferro este ano contra 8,64 milhões de toneladas ano passado. Ainda tem o fator Serra Leste, em Curionópolis, que apresentou produção em janeiro de 2019 de 393 mil toneladas, mas está paralisado e não registrou atividade este ano.
No mês passado, por outro lado, enquanto a produção física de Parauapebas subiu (7,38 milhões de toneladas em 2020 ante 7,21 milhões de toneladas em 2019), a de Canaã dos Carajás diminuiu (6,68 milhões de toneladas em 2019 ante 5,97 milhões de toneladas este ano). Para chegar a essas conclusões, o Blog cruzou dados do IBGE divulgados hoje com os do Ministério da Economia, divulgados na semana passada, em cima dos quais o próprio IBGE trabalha.