Embora não seja possível dizer exatamente quais são os fatores que contribuíram para o aumento nos casos de covid-19 em Marabá, sudeste do Pará, o não cumprimento do calendário vacinal é certamente um fator preocupante. Quem alerta é o infectologista Harbi Othman, que atua no Hospital Municipal de Marabá (HMM). A unidade saúde, inclusive, adotou medidas severas para conter o surto da doença, como a obrigatoriedade da máscara e suspensão de visitas.
O médico diz que já esperava que a covid se tornasse uma doença sazonal, ou seja, que se apresenta em maior escala em determinado período do ano, mas a gravidade dos casos está diretamente ligada à questão vacinal.
“Os casos mais graves que a gente vê são das pessoas que, por alguma razão, optaram por não se vacinar ou que, de fato, se vacinaram, mas estão com um intervalo entre a última dose muito longo. Então a gente orienta que principalmente quem já tem mais de seis meses desde a última dose que procure a atenção básica pra fazer esse reforço vacinal,” orienta.
Othman observa ainda que, doravante, o controle da covid precisa ser tratado como a gripe, com vacinas todos os anos: “A covid vai se comportar mais ou menos dessa forma. Inclusive já é uma vacina do calendário. Então, a gente tem que repor porque a imunidade vai caindo ao longo do tempo e é preciso fazer essas doses de reforço”.
A Prefeitura de Marabá ainda não divulgou os números da doença neste início de ano, mas informou que as medidas tomadas no momento pela Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar são de caráter temporário e passarão por uma nova avaliação na segunda quinzena de fevereiro.