Num passado não muito distante, diversos bairros surgiram em Marabá, sudeste do Pará, por meio de invasões urbanas de propriedades privadas – antigas fazendas – localizadas na zona periférica da cidade.
Nos últimos oito anos, no entanto, elas gradualmente deixaram de ocorrer, com loteamentos e condomínios passando a ditar o ritmo da expansão urbana, assim como os conjuntos habitacionais populares do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), que funcionaram como vetores de dispersão e fragmentação urbanas.
Os loteamentos abertos tiveram sua popularidade por um tempo, mas os condomínios se multiplicaram e, segundo dados da prefeitura, há mais de 90 deles no município, sejam verticais ou horizontais. Os primeiros são erguidos em bairros já existentes, enquanto os segundos, que precisam de mais espaço, vão ocupando áreas nobres nos extremos da cidade e oferecem ampla estrutura de lazer e segurança. Aliás, esse último é o item mais buscado entre profissionais liberais, empresários, fazendeiros e servidores públicos de alto escalão de todas as esferas de governo.
Os condomínios estão presentes em praticamente todos os núcleos, sendo o Cidade Nova aquele com a maior parte dos condomínios horizontais fechados, que se transformaram em pequenos bairros. Todos eles são registrados no Plano Diretor do Município, que não para de receber projetos para novos empreendimentos desse tipo em Marabá.
A partir de 2010, com o anúncio do mega projeto Alpa, da mineradora Vale, vários empresários do segmento começaram a investir no município, levando o número de condomínios a se multiplicar, potencializando ainda mais o mercado imobiliário local. O número de empresas do setor disparou.
O pioneirismo do Mirante do Vale
Assim que concluiu o condomínio em Palmas e fez a entrega de loteamento em algumas cidades do estado vizinho, o Grupo Mirante veio para Marabá. “Não vim com pensamento de que iria dar errado,” disse Gilson Alves, CEO da Mirante Empreendimentos.
E deu certo. Pelo menos é o que mostram os números. Alves começou com o Mirante do Vale e logo expandiu para o Mirante Village, ao lado do pioneiro, com 146 casas prontas e entregues, sendo este o menor condomínio do grupo.
Com a expansão do Núcleo São Félix, o grupo apostou em dois condomínios do “lado de lá da ponte”, inaugurando o Mirante Ville e o Mirante Prime. No Núcleo Cidade Nova, os mais recentes são o Mirante Riviera e o Mirante River Beach, depois Mirante Park e Mirante Boulevard. Este último pretende atender famílias com poder aquisitivo menor, com casas prontas a partir de R$ 220 e estrutura de lazer completa.
Sobre os motivos de investir mais no Núcleo Cidade Nova, Alves é categórico: “Não que os outros bairros não sejam bons, mas a ideia da Mirante Empreendimentos foi trazer grande parte dos projetos para esse lado em função das áreas estratégicas que encontramos e pela proximidade com supermercados, aeroporto, etc”.
O CEO revela que existem projetos para condomínios verticais na região, inclusive projetos prontos, contudo, isso só vai acontecer mais pra frente. “O condomínio vertical tem que oferecer coisas diferentes do normal,” explica.
Em suas palavras, um dos grandes diferenciais dos empreendimentos da Mirante é a segurança, aliada com o lazer e bem-estar, que são proporcionados aos moradores: “Esse tipo de condomínio veio pra ficar. É uma escolha de quem quer oferecer melhor qualidade de vida”.
Cercada por rodovias, Marabá tem quatro saídas e chegadas. Com a Rodovia Transamazônica cortando a cidade de uma ponta a outra, o município tem ligação para o sentido São João do Araguaia e Itupiranga. Já com a Rodovia BR-155, tem ligação com as cidades de Nova Ipixuna, Abel Figueiredo e Parauapebas.
Os corretores imobiliários são os principais aliados das incorporadoras – empresas que constroem condomínios –, pois têm uma capilaridade maior para alcançar os clientes em potencial para o segmento.
Segundo Pedro Chaves, proprietário da Invest Imobiliária, que atua na área há 18 anos, Marabá conta, atualmente, com cerca de 200 corretores, o que considera um retrato de como o segmento imobiliário foi impulsionado, alavancado pelo crescimento da cidade e de sua economia.
Ele também comemora a boa fase deste segmento no município, com vários empreendimentos diferentes, localizados nos seus quatro cantos. Através de sua caminhada, Chaves reflete sobre a crescente produção de conjuntos habitacionais em Marabá. “Há cerca de dez anos havia uma demanda reprimida, e hoje os condomínios seguem continuamente sendo implantados, o que contribui para a economia, uma vez que gera empregos, renda e impostos. Tudo isso é de extrema importância para nossa cidade. Antigamente, esse modelo de empreendimento era rejeitado, pois não havia o conhecimento de que o condomínio é um local mais seguro para se viver,” pondera.
Apesar de Marabá já contar com mais de 90 condomínios fechados – entre horizontais e verticais – ele avalia que ainda há muito para crescer nos próximos anos, ressaltando que o segmento precisa ser mais valorizado e organizado, começando pela diminuição do principal instrumento de política monetária utilizado para controlar a inflação diminuição da taxa básica de juros da economia, que é a taxa Selic.