O Assentamento Paulo Fonteles, a 65 km do centro de Parauapebas, por pouco não foi palco de um linchamento na tarde de ontem, domingo (5). Não fosse a chegada da guarnição da PM do Posto Policial Destacado (PPD) da Vila Sansão, Francisco da Silva Moraes, que matou o próprio irmão Gilmar Nunes da Silva, com uma facada no peito, teria pagado pelo crime com a vida.
Em seu depoimento, concedido na manhã desta segunda-feira (6), Francisco Moraes, que é irmão adotivo de Gilmar, contou que morava com a vítima havia cinco meses, quando veio do Maranhão trabalhar como juquireiro.
Ontem, ele estava bebendo cachaça e o irmão, cerveja, quando contou a Gilmar que a namorada dele o estava traindo, chamando-o de corno em seguida. Ainda segundo o depoimento de Francisco, furioso, o irmão foi até a cozinha da casa e se armou de faca, o expulsando do imóvel.
Não conformado, investiu contra ele e tentou atingi-lo, mas Francisco conseguiu desarmá-lo e, com a mesma faca, o golpeou no braço e no peito esquerdos. Gilmar, segundo vizinhos, ainda chegou a correr por cerca de 100 metros, mas, não resistiu e morreu.
Imediatamente, vizinhos que assistiram o crime, agarraram Francisco com a intenção de fazerem justiça com as próprias mãos. Porém, como estava próximo a um templo evangélico frequentado pela vítima, outro grupo não permitiu que ele fosse justiçado e chamou a Polícia Militar. Gilmar Nunes da Silva era muito benquisto naquela comunidade, por ser trabalhador e evangélico.
Muito embriagado, o homicida não teve condições de falar com a Reportagem do Blog na tarde de ontem. A guarnição que prendeu o acusado e o livrou de morrer linchado era formada pelos sargentos D. Santos, Cardoso e pelo soldado Campos.
(Caetano Silva)