Desde a última quarta-feira (16), um protesto organizado por garimpeiros é realizado em frente da sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no município de Itaituba, sudoeste do Pará. O bloqueio do acesso ao prédio é uma resposta às ações de fiscalização ambiental na região. Nesta semana, a Polícia Federal deu início à Operação Caribe Amazônico, visando reprimir o garimpo ilegal nas regiões de Itaituba, Jacareacanga, Moraes de Almeida, Creporizinho e Creporizão.
Segundo a PF, um dos objetivos é refrear o garimpo ilegal no rio Tapajós, por meio da apreensão de materiais e destruição de maquinários utilizados na prática ilegal. Uma força-tarefa composta por 150 agentes da Força Nacional, das Forças Armadas, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre outros órgãos, participam da operação.
Em janeiro, a Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar as causas da mudança de coloração do rio Tapajós, que apresenta aspecto barrento, uma consequência da explosão do garimpo na região. O município de Itaituba fica às margens do Tapajós e é considerado um dos maiores centros de garimpo ilegal do país.
O Pará é o estado brasileiro que mais produz ouro ilegal. As cidades Itaituba, Jacareacanga e Novo Progresso – onde estão localizadas as Terras Indígenas Munduruku e Kayapó – foram responsáveis por 18% do minério extraído no país. Os dados são de um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Ministério Público Federal (MPF).