A inflação oficial do preço da cenoura disparou 19,03% em janeiro no Pará, quase 50 vezes acima da inflação média apurada para o estado no período. É o que revela o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (9), por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também conhecido “carinhosamente” como inflação. Mas não foi só a cebola quem pesou no bolso do consumidor paraense. A batatinha e o peixe inflacionaram 13,77%, tornando o almoço de domingo salgado e, porque não dizer, inviável.

O Blog do Zé Dudu analisou os microdados do IPCA para o estado e cuja medição é feita na Região Metropolitana de Belém. Uma das constatações é de que a inflação de janeiro ficou em 0,53% no geral, enquanto aqui no estado ela fechou em 0,41%, o que, nem de longe, condiz com a realidade ou vale para todos os itens de uso diário.

Queridinho dos paraenses, o açaí, por exemplo, mostrou seu gosto amargo com inflação de 12,8%, sendo o quarto item que mais encareceu. O consumo de caranguejo, prato típico no nordeste do Pará, também ficou prejudicado porque os preços dispararam 11,88%, quase o mesmo que a inflação da TV por assinatura, 11,78%. A inflação sobre a alface, 11,33%, e o melão, 9,31%, estragaram a dieta.

E para todo e qualquer cidadão que tem o feijão carioca no cardápio, o aumento no sagrado alimento foi de azedos 8,87%. Ele é seguido do tomate, que ficou 8,58% mais caro. A inflação não deu trégua e, nesses e em outros 146 itens, posicionou-se acima da média para o estado. Ao todo, 185 produtos e serviços de consumo da rotina dos paraenses subiram de preço, com a menor inflação registrada sobre a média de preço dos pneus, 0,04%.

Teve queda? Teve, sim!

Acredite quem quiser, mas, segundo o IBGE, ficaram mais baratos no Pará, ou seja, experimentaram deflação 107 itens, com destaque para a cebola (-18,29%), que no ano passado dobrou de preço, tendo sido a vilã da inflação, mas agora tenta se restabelecer. Além da cebola, perfume (-7,16%), cheiro-verde (-3,7%) e produto para cabelo (-3,34%) baratearam. Até mesmo as passagens aéreas teriam ficado 2,85% mais baratas no Pará. Com a palavra, o consumidor.