Jornal HOJE entrevista o vereador Faisal Salmen

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Respondendo ao Jornal Hoje, do confrade Marcel Nogueira, Faisal Salmen, primeiro prefeito de Parauapebas e atual vereador pelo PSDB, avisa da importância da participação popular na Audiência Pública que será em breve realizada em Parauapebas para se discutir a expansão da mina de N-5, em Carajás. Faisal quer que  população, associações, entidades e poder público se mobilizem para pressionar a mineradora no sentido de melhorar a compensação pela extração do minério de ferro no município, dando em troca não só os impostos. Faisal quer mais, e para isso, é necessário que todos estejam unidos em um só objetivo, como aconteceu em Marabá, onde a sociedade organizada bateu o pé e conseguiu investimentos superiores aos estabelecidos. Confira a íntegra da entrevista: 

As vésperas da discussão sobre a ampliação da área de extração do minério de ferro de Carajás, que deve acontecer nos próximos dias, o vereador Faisal Salmen (PSDB) volta à carga contra Vale. Longe de ser um discurso de um político recalcado e sem conteúdo, o alerta do vereador do PSDB diz respeito a Parauapebas, aliás, ao futuro de Parauapebas e deve ser analisado com muita seriedade

HOJE – Ao longo da sua trajetória, o senhor sempre fez pesadas críticas à mineradora Vale, quando prefeito, deputado e agora vereador. Por quê?

FAISAL – Hoje eu tenho a satisfação de perceber que o povo de Parauapebas, principalmente a classe empresarial, entendeu a minha mensagem. Hoje todos entendem que, na nossa relação com a Vale, nós mereceríamos muito mais. A partir da experiência de Parauapebas, a Vale mudou sua relação com os municípios produtores de minério. Em Paragominas, Canaã, Ourilândia e Tucumã, ela investiu muito, mas, em Parauapebas ela continuou deixando a desejar. O investimento que a Vale fez em Parauapebas foi praticamente nada. Para se ter uma idéia, a Vale reconstruiu Canaã. Em Minas Gerais ela praticamente mantém cinco universidades, mas, o que nos temos? Nada.

HOJE – Recentemente a Vale anunciou o investimento de R$ 15 bilhões na implantação de um siderúrgica em Marabá. Você tem dito que o município ia perder muito. Por quê?

FAISAL – Perde por causa do nosso silêncio! Em Marabá a sociedade se organizou, a Associação Comercial comandou o processo, a imprensa se engajou e a frase que ficou famosa serviu de aviso: “não passará um grão de ferro por Marabá se a siderúrgica não vier”. A decisão, que prejudicou Parauapebas e beneficiou Marabá, foi uma decisão política e não técnica, porque a governadora pressionou, a sociedade pressionou, aqui não há pressão porque pessoas e entidades que deveriam pressionar têm interesses comerciais com a Vale. O que a gente deveria fazer é dar as mãos e juntar forças. A Associação Comercial, o Rotary, o SIPRODUZ, a maçonaria, os sindicatos, a classe política, a rádio Arara Azul, a imprensa e principalmente a juventude e os alunos. É preciso ter a consciência que teremos em breve outra batalha para lutar, porque precisamos de uma compensação pelas perdas que tivemos. Eu defendo que a nossa compensação deveria vir em forma de uma universidade de ponta e uma escola técnica de formação ampla. Essa é uma luta de todos.

HOJE – Como assim?

FAISAL – Nós vamos ter a grande oportunidade de mudar o nosso destino nos próximos dias. A Vale vai fazer a ampliação da mina em Carajás. A mineradora vai  começar explorar o ferro da mina do N-5 e precisa da autorização do povo de Parauapebas na audiências pública. Ela precisa disso para explorar ainda mais e ganhar ainda mais dinheiro. Nós temos agora a grande chance de negociar e garantir os nossos interesses. A gente não pode esquecer que de certa maneira a Vale se prepara para deixar Parauapebas, não nos próximos anos, mas ela já se prepara para o ferro da Serra Sul, que é em Canaã e é uma mina maior que a mina de Carajás. Não podemos deixar que aconteça em Parauapebas o que aconteceu em Itabira, Serra Pelada e Serra do Navio, no Amapá.

HOJE – Você defende uma ampla mobilização para uma contrapartida em troca da exploração do N-5?

FAISAL – No momento que a Vale investe R$ 15 bilhões em Marabá, com o apoio da governadora e que a própria governadora traz uma universidade para Marabá e não tem nada para Parauapebas, a gente tem que saber que ninguém vai nos dar nada de graça; se quisermos alguma coisa teremos que lutar, teremos que achar uma matriz, se não for industrial, que seja educacional, com universidade de ponta, ou até mesmo um centro médico, como é Teresina, no Piauí, ou Araguaína, no Tocantins.

HOJE – Esse pacto seria liderado pela Câmara?

FAISAL – A Câmara pode ter esse papel de interagir com a comunidade e mobilizar a sociedade nessa audiência pública, mas as entidades, sindicatos, associações, as forças representativas da cidade precisam se envolver. Administrar a cidade não é só fazer obras, é pensar o futuro da cidade e o nosso futuro está em jogo. Nós não temos mais o ouro do Bahia, o manganês a Vale deixou de explorar, não temos níquel, não temos o cobre, temos que criar uma nova matriz, porque o ferro não é eterno.

HOJE – Vamos tratar do tema universidade com mais profundidade. Qual seria o modelo dessa universidade?

FAISAL – A universidade seria com cursos de medicina, licenciatura plena, geologia, engenharia, inclusive engenharia de minas, que tem apenas em Marabá, o que é mais uma contradição, a mina é aqui e o curso é lá. Temos que criar em Parauapebas um centro de conhecimento, isso representa viabilidade econômica, uma alternativa para o nosso futuro.

HOJE – Como a população deve ser mobilizada visando esse grande evento?

FAISAL – Primeiramente e devemos colocar no ginásio poliesportivo cerca de 20 mil pessoas e vamos discutir o que interessa para Parauapebas. Na audiência pública nós queremos a ampliação do N-5 para exploração da Vale. Não será apenas uma análise ambiental, mas uma análise social e até econômica, o que nós não podemos é dar um cheque em branco para Vale e dizer: “olha, você pode explorar a vontade e nos tratar da mesma maneira que você tem nos tratado”. Não podemos fazer isso. Vamos dizer o seguinte: “você vai pagar o imposto, que é muito pouco e queremos a compensação”. Parauapebas precisará estar unida num mesmo propósito. Dessa audiência pública sairá a nossa universidade, ou não. A data se aproxima, o Ibama deve marcar essa audiência para daqui a um mês, tão logo volte da greve. Pela primeira vez vamos ter oportunidade de falar diretamente com a Vale e dizer o que queremos.

HOJE – Você acha que a ausência de representantes de Parauapebas na Assembleia Legislativa do Estado prejudicou o município nessas escolhas importantes?

FAISAL – Veja bem, Parauapebas tem 90 mil eleitores e das cidades grandes é a única que não tem deputado. Para se ter uma idéia, no dia que se definiu a siderúrgica de Marabá estavam em Brasília, a governadora, o prefeito de Marabá, os vereadores, associação comercial e a sociedade organizada. De Parauapebas não tinha ninguém. Eles estavam discutindo o destino do ferro de Carajás sem a nossa presença. Por isso é importante a eleição de representantes que zelem pelos interesses do município.

Eu sou pré-candidato a deputado estadual e devo ser candidato. Quando fui deputado era conhecido como deputado de Parauapebas e 90% dos recursos que eu trouxe foram para Parauapebas, como o asfalto da Ferrovia e do bairro da Paz, a regularização dos lotes do bairro da Paz, a vinda da Caixa, do INSS, terminal rodoviário, as escolas Faruk Salmen, João Prudência de Brito, Marluce Massariol, o aumento do ICMS, ou seja, as principais obras do Estado em Parauapebas, foi durante o meu mandato de deputado. Depois disso, não veio nada. Essa é a atribuição de um deputado: trazer recursos para o seu município.

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3 comentários em “Jornal HOJE entrevista o vereador Faisal Salmen

  1. PEITICA MARABÁ Responder

    O AMANHÃ ESTÁ SENDO CONSTRUÍDO HOJE. FAISAL CONTINUA NA DEFESA DO POVO MAIS POBRE DESSE MUNICIPIO. SEJA COMO MÉDICO, COMO VEREADOR, COMO DEPUTADO OU COMO PREFEITO TODOS SABEM QUE SEMPRE PODEM CONTAR COM O DOUTOR FAISAL.

  2. Rosinha Responder

    Eu fico feliz em ler esta reportagem, mas em uma cidade onde a maioria é de fora, realmente se espera pouco de algum interesse pela nossa querida Parauapebas, a sua grande populaçao é infelizmente de pessoas sem qualificaçao profissional e que nao estam nem aí para o desenvolvimento desta cidade, que acaba ficando realmente por conta de alguns poucos empresarios. Ja vimos muitos pensamentos assim: Eu estou aqui só para ganhar e quando posso gasto mesmo é fora, invisto em tal cidade….inclusive muitos políticos….

  3. Rafael Oliveira Responder

    Como sempre o Dr. Faisal, está preocupado com Parauapebas e com o seu povo. É bom saber que ele não desistiu de lutar por esse povo, pois nós também não esquecemos do nosso verdadeiro e único politico de Parauapebas. A população marcará presença na audiência pública e dirá com todas as letras: “A vale não expandirá mais nada, se não nos dêr uma universidade”. E quanto a luta do vereador Faisal, ele pode ficar tranquilo que o povo dará sua recompensa em outubro, com sua volta a assembléia legislativa paraense. Pode ter certeza que dessa vez o povo não se enganará novamente e dará a oportunidade de mais uma vez esse homem digno e honrado, defender o municipio, junto ao governo do estado….

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