Após quatro décadas atuando como jornalista – metade deles como editora-chefe de grandes redes de televisão do país, como Globo, SBT e Band –, a marabaense Lúcia Leão voltou a sua terra natal para o lançamento de seu primeiro livro, intitulado “Inteligência Artificial Generativa – modo de usar”. O evento foi realizado no final da tarde desta sexta-feira (14), no Museu Municipal Francisco Coelho, na Marabá Pioneira, com a participação de mais de cem pessoas, que acompanharam uma palestra de uma hora sobre a temática.
A obra está disponível apenas no formato digital e mais detalhes podem ser acessados no site da jornalista. “Este é um guia muito prático sobre as aplicações e implicações dos modelos de linguagem que estão revolucionando o modo como trabalhamos e estudamos,” resumiu a escritora.
Foram discutidas questões éticas, legais e morais dos modelos de linguagem e explicou como usá-los para ganhar dinheiro, ganhar tempo em tarefas repetitivas e ainda manter o emprego ou conquistar novas oportunidades. “Esta é uma jornada transformadora para todos os que estão com medo dos riscos potenciais das máquinas que ‘pensam’,” disse.
Leão cursou faculdade de Comunicação na Universidade Federal do Pará (UFPA), em seguida graduação em Direito no antigo Cesep. Sua carreira teve início na Rádio Clube, seguida de uma experiência como repórter na TV Liberal. Ela então foi para São Paulo para tentar outras oportunidades e acabou atuando no SBT, na TV Bandeirantes e, por fim, na Rede Globo, onde passou 23 anos.
“Fui editora chefe do Jornal Hoje, editora executiva do Jornal da Globo, editora do Jornal Nacional e nos últimos 13 anos fiquei como editora chefe do jornal local SPTV, em São Paulo. A minha carreira foi crescendo muito rápido nos bastidores e foi assim que segui até me aposentar,” detalha.
Quando se aposentou, a escritora parou de trabalhar, de fato, por um ano, que passou em viagens por várias partes do mundo com seu marido. Seu interesse particular por inteligência artificial acabou se transformando em pesquisa, avaliando de que maneira poderia utilizar as ferramentas para ganhar tempo, para ter insights de assuntos que, às vezes, passavam despercebidos.
Segundo ela, a ferramenta, na verdade, deveria ser tratada como um assistente pessoal, para ajudar a resolver um problema pontual e não fazer o seu trabalho, porque qualquer cidadão precisa saber mais que ela. “A inteligência artificial é ligeiramente burra. Por exemplo, o ChatGPT já nasceu velho e as pessoas não falam disso. Ele só tem dados até novembro de 2021, já estamos em mais da metade de 2023. Então, se eu precisar de dados confiáveis, acreditáveis e reais, não posso confiar no ChatGPT ou outra ferramenta,” critica.
O livro “Inteligência Artificial Generativa – modo de usar” tem sete capítulos. Nos primeiros, a jornalista fala das ferramentas em si, como o usuário acessa o ChatGPT e as perguntas a fazer.
“Você tem de saber construir essa pergunta. Então, no livro eu mostro como construir isso e apresento ferramentas que já vêm com o prompt [a pergunta] pronto,” explica. “Há aplicativos que já vêm com mais de cem prompts prontos pra você só clicar no que deseja e dar uma refinada. Depois, coloco exemplos práticos por área de conhecimento, como um professor, um estudante, um publicitário, advogado e engenheiro”.