Era madrugada no bairro Novo Brasil 2 quando um homem percebeu que uma jovem ficou sozinha em casa. A mãe saiu de casa por volta da meia noite e nem desconfiava que o mal estava por vir. Tomado pela loucura, o indivíduo entrou na casa da moça sorrateiramente. Aproveitando-se da escuridão, o homem avançou cômodo após cômodo da residência. Do seu quarto, a jovem conseguiu ouvir os passos cada vez mais próximos do invasor.
De repente, o homem conseguiu adentrar o quarto. Ele estava armado com uma faca e segurou a moça. Sufocando os seus gritos, o criminoso pediu que ela ficasse em silêncio e que o beijasse. O que o homem não sabia é que no quarto ao lado o namorado da jovem dormia. Despertando abruptamente do seu sono, o namorado, identificado como Marcos Amaral, seguiu o instinto e correu para defender a namorada.
O investigador Roberto, da Polícia Civil, comentou o crime: “Quando o Marcos veio para defender a namorada, a moça correu e o criminoso esfaqueou por algumas vezes o jovem. Ele veio a óbito de forma imediata no local. Ela já era namorada dele há algum tempo e estavam pensando até em se casar. Quando viu uma situação daquelas, de ameaça, ele não pensou duas vezes e foi defender ela. Acho que qualquer homem faria o mesmo. Como o local estava escuro, não dava para perceber que o criminoso estava armado. Devido a isso, talvez o rapaz tenha reagido dessa forma irracional, ninguém pode reagir a um crime, mas numa situação de estupro a reação de defesa é natural. Infelizmente, o mal maior aconteceu e o Marcos veio a óbito.”
O triste fim de Marcos aconteceu na madrugada de sábado (3) para domingo (4). De acordo com Roberto, as investigações já tiveram início: “Nós já estamos investigando. Acreditamos que seja alguém próximo ali no bairro devido a motivação principal do crime. Como o bairro fica mais afastado da cidade, fica até difícil elucidar esse tipo de crime, pois a Polícia trabalha com informações e tecnologia também. Lá não tem nenhuma câmera de vigilância. Por ter sido duas da manhã e por ter sido no sábado, as pessoas que não estão dormindo, estão nas festas e não tem nenhuma testemunha ocular do fato. Uma mulher que mora ali próximo viu a hora que o rapaz pulou para dentro da casa e a hora em que ele saiu correndo, sentido a um matagal que fica próximo a residência, mas ela disse que é impossível reconhecer por conta da escuridão. Estamos atrás e já nos dirigimos a possíveis locais onde ele poderia ter ido no momento da fuga.”
O homicídio foi o quinto a acontecer em 2018 em Canaã dos Carajás. A Polícia Civil já conseguiu, neste período, elucidar três e, de acordo com o investigador Roberto, o quarto já está em fase final de apuração.