Será o primeiro grupo preparado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em todo o país com grade curricular voltada para atuação em operações autônomas e teleoperadas. A aula inaugural do curso aconteceu nesta quarta-feira, dia 16. O total de 20 adolescentes de Parauapebas iniciou os estudos com duração de até 2 anos. A iniciativa da formação partiu da Vale, por meio do Programa Jovens Aprendizes.
Coordenadora de Projetos de Tecnologia Industrial da Vale em Carajás, Cecília de Carvalho explica que o objetivo é favorecer a região com a formação de profissionais qualificados para as demandas e exigências do mercado de trabalho. “Por meio dessa parceria, como parte do objetivo comum de desenvolver e contratar na região, definimos em conjunto com especialistas do Senai e da Vale, uma trilha de aprendizado diferenciada, que vai garantir a formação de jovens locais em uma profissão importante no mercado de hoje e do futuro”, destaca Cecilia.
“Essa formação será o marco inicial para formar profissionais em uma área carente desta mão de obra que antes não existia capacitação local. Será uma turma pioneira no Brasil ministrada pelo Senai”, destaca o diretor do SENAI Parauapebas, Carlos Felipe Francês. “A automação é um caminho sem volta, é o futuro para desenvolver os meios de produção. Alavancar o futuro passa pela automação e com ela, se criam novas formas de trabalho”, complementa o diretor.
Nascido em Parauapebas, Marcelo Augusto da Silva Souza, 19 anos, está empolgado em integrar a primeira turma do curso no município. “Serei um dos pioneiros, um dos primeiros do Brasil, estou muito animado, com expectativa alta, ainda muito maior por ser na área de tecnologia, que está presente em tudo. Com certeza, estou numa profissão de hoje e do futuro”, declarou Marcelo animado.
Entre as novas formas de trabalho com as tecnologias autônomas, estão as profissões de Pit Patroller, projetista de pista de rolamento para a frota de caminhões fora de estrada autônomos, técnico de sistema autônomo e controlador de tráfego digital. Por meio do programa, os jovens farão o curso de aprendizagem industrial de auxiliar de processo de mineração, 40% de formação teórica no Senai e 60% de aula prática na operação da Vale. A duração total é de 1.800 horas, com conteúdo abordando mineração e automação industrial e a formação transversal com aulas sobre segurança no trabalho, cidadania e outras.
Fernando Alvarenga, engenheiro especialista Vale que atua na área de automação há 10 anos, participou da construção da matriz curricular desta formação. “Sinto muita satisfação pessoal e profissional em ter ajudado a montar esse curso que é precursor para formar profissionais com ênfase em tecnologias autônomas. Poderemos proporcionar aos nossos jovens estudantes, obter um aprendizado teórico sólido, de alto nível, atrelado às melhores práticas operacionais que uma grande empresa pode proporcionar”.
Em Carajás, maior mina de minério de ferro do mundo, a operação autônoma, por exemplo, de caminhões, teve início em 2021 e conta hoje com 14 caminhões autônomos de uma frota com mais de 100 caminhões fora de estrada. A inovação aumenta a segurança para o trabalhador e traz maior confiabilidade às operações. A implantação foi associada à capacitação de mais de 100 profissionais que já atuavam na mina. Na operação autônoma, diversos sistemas computacionais, rede de satélites (GNSS), câmeras, sensores e radares que permitem o controle e monitoramento dos equipamentos a quilômetros de distância.
(Ascom Vale)