Julgamento moral e cívico

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Por Wilmar Marçal (*)

A frieza das letras manifestadas por alguns defensores na instância jurídica, data vênia, muitas vezes frustra a população que aguarda um judiciário firme e comprometido com o bem público. Mas é preciso obedecer e acatar, pois, segundo se sabe, é uma análise realizada com a arte e a ciência da razão e não da emoção.

Esse viés argumentativo tem tirado muito ladrão da cadeia, absolvido muitos traficantes e amparado pedófilos que são liberados e continuam machucando crianças e famílias. Essas possibilidades de contar com defensores deve e precisa continuar, pois a todos é permitido a ampla defesa e o contraditório.

Lamentavelmente não se pode julgar com a emoção, razão pela qual, talvez, ainda existam muitos problemas sociais no país, pois os atos malditos coadunam com a perpetuação da impunidade.

Em outros países, quem comete um erro, morre duas vezes: primeiro de humilhação, depois retirando a própria vida pela falta de dignidade em continuar convivendo com pessoas de bem. Mas no nosso querido Brasil… muitos fazem e acreditam que “não vai dar em nada”.

Todavia, como diz a própria Constituição Brasileira, “todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido”, está na hora de uma reação popular para o exercício prático do bem: sem armas, sem violência e sem lágrimas. Com a mesma frieza que o judiciário é peculiar em suas análises, a população, bem organizada, tem muito mais poder do que qualquer Juiz, data vênia.  Basta querer e se organizar. Sem vaidades, sem trampolins, mas com ordenamento e inteligência.

Especificamente sobre os parlamentares “escolhidos” pelo povo, é possível sim avançar e execrar esses bandidos que sempre são reeleitos e se dizem representantes do povo nas respectivas Assembléias. O povo pode legislar com muito mais sapiência, no momento em que mantiver viva a memória de todos, nutrindo a lembrança com a boa informação em jornais e mídia comprometidos, verdadeiramente, com a causa coletiva.

Chega dessa conversa fiada de “segredo de justiça” e “blindagem privativa”.

Bandido é bandido.

É preciso destacar, em grande escala, os nomes daqueles que usurpam o dinheiro público, roubam a esperança de muitos e perpetuam a falsa bondade de atender os munícipes, prometendo mirabolantes projetos e recursos.

Quem viaja pelo interior pode constatar que as cidades estão empobrecidas, com poucos investimentos em infra-estrutura, muita gente desocupada e doente. Cabe-nos como cidadãos e cidadãs uma reação natural e pacífica.

Analise, pense, estude a vida dos candidatos a qualquer cargo público e vote. Vote de acordo com sua inteligência e coerência. Não se pode mais admitir que a população ainda se renda aos hipócritas, mentirosos e mentirosas.

Só assim será possível um julgamento moral e cívico que, certamente, não encontrará habeas corpus em qualquer jurisprudência para liberar os pérfidos e os enganadores. Façamos cada um de nós a nossa parte. Vamos ensinar a pescar e parar de assistir algumas pessoas recebendo o peixe de graça.

* Wilmar Marçal é professor universitário e ex-reitor da UEL./PR.
wilmar_pr2010@hotmail.com

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2 comentários em “Julgamento moral e cívico

  1. fernando Responder

    ola zedudu. quando vai ta disponivel o classificado do seu blog ??????????
    tamos aguardando………

  2. JOão Ribeiro Responder

    Sr. Wilmar, a populaçao, o povo de um modo geral entende o direito adefesa e o contraditorio. O que não entendemos é porque a justiça brasileira é boazinha com criminosos, raros sao os julgamentos e quando isso acontece as penas sao ridiculas. A impressao que temos é que nossos promotores sao preguiçosos e desinteressados e os juizes tem tendencias esquerdistas e acham que devem ensinar aos criminosos a nao cometer crimes ao inves de puni-los. È fermento certinho para crescer o bolo da violencia;.

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