Ulisses Pompeu – de Marabá
Amanhã, sexta-feira (25), será realizada audiência no Fórum de Marabá para ouvir pelo menos 30 testemunhas no processo judicial que tramita na 5ª Vara Penal de Marabá e investiga desvio de cerca de R$ 20 milhões na Prefeitura de Marabá.
O escândalo foi descoberto e desmantelado pelo Ministério Público e Polícia Civil no final do ano passado, durante a “Operação Mar de Lama”. Se for necessário, mais testemunhas serão ouvidas também no dia 1º de fevereiro, segundo explica o juiz que preside o caso, Marcelo Andrei Simão, titular da 5ª Vara Criminal de Marabá.
A operação foi deflagrada em 23 de outubro de 2012 e resultou na prisão imediata do ex-secretário municipal de Obras, Lucídio Colinetti, e o empresário Marcelo Fronczack. Ambos foram postos em liberdade na segunda quinzena de dezembro, após a primeira prisão oitiva de testemunhas. Também foram emitidos diversos mandados de busca, que resultaram na apreensão de quase dez veículos.
Nessas duas audiências, o juiz Marcelo Andrei Simão Santos vai colher o depoimento de oito testemunhas de acusação (dia 25) e cerca de 20 de defesa (dia 1º).
O magistrado espera sentenciar o caso até o final do primeiro semestre deste ano. Pelo menos 10 pessoas estão arroladas no processo, a maioria servidores públicos.
Eles são acusados de promover a dispensa ilegal de licitação para um contrato de fornecimento de areia, piçarra e seixo na ordem de R$ 30 milhões, segundo apuração do Ministério Público.
Segundo as investigações do Ministério Público, é possível que entre os anos de 2011 e 2012, pelo menos R$ 20 milhões tenham sido pagos ilegalmente ou sem a devida comprovação de que todo o material comprado pela prefeitura foi realmente fornecido.
As prisões de 23 de outubro foram coordenadas pelos delegados Álvaro Beltrão Ikeda, titular do Núcleo de Apoio à Investigação (NAI), José Humberto de Melo Júnior, Rayrton Carneiro e Simone Felinto, com apoio de três promotores de Justiça.
O MP identificou que os acusados teriam construído patrimônio considerável a partir das fraudes, por conta disso, até mesmo uma casa e uma chácara pertencentes a Colinetti foram arrestadas e atreladas ao processo, assim como uma caminhonete Hilux.
Para o delegado José Humberto, a Operação Mar de Lama foi uma resposta satisfatória do poder público à sociedade em relação ao desvio de dinheiro no município.
Os mandados foram determinados pelo juiz Marcelo Andrei Simão Santos, atendendo a ação assinada pelos promotores Júlio César Costa, Mayanna Queiroz, Alexsandra Mardegan, Josélia Barros e Ramon Furtado.