Marabá fechou o ano de 2021 com a maior taxa acumulada de inflação registrada até o momento: 11,74%. É o que aponta o Boletim Técnico produzido pelo Laboratório de Inflação e Custo de Vida de Marabá (Lainc) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), divulgado esta semana.
O índice está acima da média nacional registrada no mesmo período (10,06%), que fechou o ano significativamente acima do centro da meta de inflação, de 3,75%, com mínima de 2,25% e máxima de 5,25%. Ou seja, o aumento nos preços foi quase o dobro da meta máxima estimada pelo Banco Central.
Cabe destacar que este ano foi marcado por uma alta histórica no aumento dos combustíveis, o que impacta diretamente em quase todos os itens da cesta de consumo, visto que a região é muito dependente das importações, logo, aumentos no frete se dilui por praticamente todos os produtos do município.
Isso não se aplica apenas ao diesel, mas a gasolina também, que subiu vertiginosamente. Segundo o IBGE, a gasolina ficou 47,5% mais cara ao longo de 2021, tornando algumas fontes alternativas de renda como motoristas de aplicativos ou entregadores quase inviáveis, destaca o relatório.
IPC Dezembro – O mais recente Boletim do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Marabá mostra que dezembro se destaca como o único mês ao longo do ano cuja a taxa foi deflacionária, ficando em -0,06%. O destaque vai para o grupo de “Artigo de Residência”, com variação mensal de 4,31% e “Transporte” com 2,93%. Porém, por possuir o maior peso na cesta de consumo, o grupo com maior impacto no resultado foi “Alimentação e Bebidas”, que teve variação de 0,80%. Na contramão, os responsáveis por puxar o índice para baixo foram os grupos: Habitação (-2,69%), Vestuário (-3,59%), Saúde e cuidados pessoais (-1,75%) e Educação (-1,19%).
O reajuste previsto do salário mínimo para 2022 será de 10%, saindo de R$1.100,00 para R$1.210,00. Considerando o acumulado do ano de 11,74%, isso significa que a população de Marabá perderá parte do poder de compra, visto que o reajuste do salário está abaixo da inflação acumulada do município. Tornando a situação das famílias de baixa renda ainda mais difícil, visto que boa parte da inflação está concentrada em itens básicos de subsistência.
O IPC/Marabá está desenhado no sentido de revelar o comportamento dos preços de uma cesta de consumo com 151 itens reunidos em 9 grupos de despesas, conforme metodologia do IBGE, dado o convênio com a FAPESPA/Governo do Pará, que leva em conta as famílias com rendimento nominal na faixa de 1(um) até 5(cinco) salários mínimos.
Cesta Básica de Consumo Familiar de Marabá (CBCF) – No mês de dezembro, o custo da cesta fechou o ano em R$ 1.516,28, o que representa uma diminuição de R$ 12,80 em relação ao mês anterior e, em comparação ao mesmo mês de 2020, um aumento de quase R$ 230. Em t
Os grupos de despesa que mais se destacaram dentre os doze que compõem a CBCF, foram: “Despesas Gerais”, “Serviços”, “Carnes” e “Hortifrúti e Granjeiro”. O grupo de “Despesas Gerais” continua apresentando a maior participação em relação ao total dos gastos, sendo responsável, em dezembro, por pouco mais de 30% do custo da cesta. Isso equivale aproximadamente R$ 460 do orçamento familiar, o que corresponde a 41,75% do salário mínimo nominal e 45,13% do salário mínimo líquido. Estão inclusos neste grupo gás de cozinha, energia elétrica e conta de água.
O atual custo da cesta aponta que a CBCF está 37,84% acima do valor do salário mínimo, revelando que uma parcela significativa das famílias residentes de Marabá teria de complementar a renda familiar com R$ 416,28 (quatrocentos e dezesseis reais e vinte e oito centavos) para adquirir a totalidade dos itens da “Cesta Básica de Consumo Familiar” de Marabá em termos nominais.