Hoje (20) pela manhã os moradores à margem direita do Rio Parauapebas avisaram a imprensa local que havia uma grande quantidade de peixes mortos ao longo do leito do rio.
Não se sabe, ainda, a causa das mortes dos peixes, mas, várias são as especulações advindas da população ribeirinha. Entre elas:
-
as detonações oriundas da construção do ramal ferroviário, da Vale, que liga a EFC ao Projeto S11D;
-
o possível derramamento do aditivo acelerador de pega para concreto, usado pela empresa que está construindo os túneis do ramal ferroviário;
-
o alto índice de material sólido no rio, em virtude das últimas chuvas que caíram na região;
-
contaminação por produtos usados na hidro-semeadura nos barrancos ao longo do ramal ferroviário;
-
a possível lavagem dos caminhões betoneiras de concreto à margem do rio, que, com as chuvas dos últimos dias pode ter levado restos de cimento para o leito do rio;
-
ou alguma outra intoxicação.
É preciso esclarecer que as hipóteses acima descritas não podem ser descartadas, porém, o real motivo que levaram à morte milhares de peixes, só poderá ser esclarecido depois que as análises físico-químicas das amostras de peixes e da água recolhidas hoje por uma equipe formada por membros da UFRA, SAAEP, Secretaria de Meio Ambiente e ICMBio forem concluídas.
Instada a se pronunciar, a Vale, responsável pela construção do Ramal Ferroviário, enviou a seguinte nota:
“Sobre obras do Ramal e o rio Parauapebas, a Vale esclarece que cumpre todas as normas técnicas e requisitos legais vigentes na implantação dos seus projetos. Toda prática é monitorada com uso de equipamentos e equipe especializados e os resultados estão de acordo com os parâmetros exigidos. A empresa informa que não há qualquer relação entre o fato de haverem sido encontrados peixes mortos no rio Parauapebas e as atividades de implantação do Ramal Ferroviário”.
Já a prefeitura, através de sua Assessoria de Comunicação, enviou a seguinte nota:
“ Em relação aos peixes mortos encontrados no Rio Parauapebas, a Prefeitura de Parauapebas esclarece: a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) enviou uma equipe ao local para acompanhar a situação, bem como acionou a equipe do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (SAAEP) para realizar análises físico-químicas da água. Pelo apurado no local, trata-se de uma situação isolada. A partir do resultado das análises, é que o motivo da morte dos peixes poderá ser esclarecida. Todas as providências estão sendo tomadas para resolver o caso.
Moradores ribeirinhos, há mais de 30 anos, afirmam que jamais viram tal ocorrência no Rio Parauapebas ao longo desses anos.
De acordo com Marcel Reges Moreira, Analista Ambiental do ICMBio, o órgão já trabalha com algumas hipóteses.: “uma delas é a alteração da água devido às últimas chuvas e a poluição do Igarapé Ilha do Coco, já que com o longo período sem chuvas, o nível de água baixo, e a pouca oxigenação, qualquer precipitação mais forte pode trazer material poluente para o rio. O analista afirma, ainda, que as autoridades ambientais estão de olho, e se houver prejuízos, comprovada a responsabilidade de pessoas ou empresas, o órgão aplicará as multas cabíveis”, salientando que nesse momento as pessoas não devem consumir os peixes nem tomar banho no rio.
Fotos: Genésio Filho
1 comentário em “Laudo esclarecerá os motivos que levaram à morte milhares de peixes do Rio Parauapebas”
Com todo respeito aos órgãos de fiscalização ambiental, mas essa questão da poluição em Parauapebas é grave e apenas uma extensão dos crimes ambientais que ocorrem em Parauapebas; as queimadas dos morros e demais áreas que circundam a cidade que degradam o ar que respiramos; as invasões nessas áreas que não respeitam a preservação ambiental; os rios, o Ilha do Côco (famoso sebosinho), por exemplo, nem se fala está poluído desde sua nascente… O que se vê chega a ser uma insanidade, dejetos poluidores despejados em qualquer lugar. É triste a situação!