O nome do Movimento dos Sem-Terra (MST) acaba de ser envolvido no caso do sequestro relâmpago da tesoureira do Banco Itaú, ocorrido em Parauapebas.
Ao verificar se os acusados tinham antecedentes criminais, o delegado Antônio Miranda Neto constatou que um deles, Wagner da Silva Cruz, de 29 anos, já havia sido preso e indiciado por crimes de invasão, dano ao patrimônio e formação de quadrilha. A prisão dele ocorreu em maio do ano passado, quando, ao lado de dezenas de outras pessoas, invadiu a sede da Cooperativa de Mineração de Garimpeiros de Serra Pelada, em Curionópolis, durante um conflito em torno dos direitos de exploração da cava de Serra Pelada.
Wagner e outros quatro líderes da ocupação foram enviados para Belém e libertados dias depois, após serem indiciados. Na ocasião, a coordenação estadual do MST protestou e afirmou que entre os detidos figuravam três dirigentes regionais do movimento, citando seus nomes. Um dos citados era Wagner da Silva.
Ao ser interrogado pelo delegado de Parauapebas, Wagner disse que mora no Acampamento Dina Teixeira – dirigido pelo MST, fica às margens da PA-160, entre Parauapebas e Canaã dos Carajás
Nesta sexta-feira (29), questionada sobre o episódio, a assessoria nacional de imprensa do MST não confirmou a ligação entre Wagner e a entidade. Após consulta aos dirigentes estaduais, a assessoria foi categórica: "Essa pessoa não faz parte de nenhuma instância do MST."
O delegado Miranda foi cauteloso. Revelou que Wagner foi preso no ano passado e que mora num acampamento do MST, mas não disse que se trata de uma liderança, nem estabeleceu ligações entre o sequestro e o movimento.