Se Parauapebas tem, hoje, servidores públicos que estão entre os mais bem remunerados do país, dê graças a dois nomes: Darci Lermen, prefeito municipal, e Ivanaldo Braz, presidente da Câmara. Não é segredo para ninguém que os dois gestores adoram servidores públicos, talvez porque, antes de estarem em cargos eletivos, foram no passado servidores públicos — Darci na área de educação e Braz na área técnico-operacional.
Nesta quarta-feira (5), a demonstração de carinho com o funcionalismo comandado veio do parlamento municipal. O presidente da Casa mais endinheirada do Pará em 2022 mandou chamar de volta todos os servidores que ele mesmo exonerou no final do ano passado e aos quais, inclusive, pagou adiantado o acerto, fazendo felizes mais de 300 trabalhadores, entre assessores parlamentares e chefes de setor.
As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que, aliás, havia dado a notícia das exonerações em primeira mão no dia 22 de dezembro, data em que as rescisões caíram na conta (relembre aqui). A medida foi necessária para organizar internamente a gestão fiscal do parlamento, já que a presidência da Casa é renovada a cada dois anos, e este é o último de Braz à frente do assento.
No final do dia de ontem (4), a Câmara tornou público o documento mais aguardado do ano para quem tinha sido exonerado, a Portaria 3/2022, em que todos os ex-demitidos são reconduzidos a seus postos para mais um ano bom, que de cara reserva reajuste salarial da ordem de 14,5% e aumento nominal de R$ 200 sobre o vale-alimentação.
“Como não amar um chefe desse?”, disse um ex-exonerado — termo que nem existe no dicionário — ao Blog do Zé Dudu, fazendo referência a Braz e rindo à toa por voltar ao Legislativo mais concorrido do Pará. “Ele nos mandou para casa, mas pagando todos os direitos e nos honrando como trabalhadores. Isso é, além de ser gestor, ser humano”, elogia outro assessor, que trabalha no gabinete de um parlamentar vizinho.
Perfil do presidente
Conhecido como “homem muito justo e de palavra”, Braz teve de cometer sacrifício para não descumprir a lei fiscal e penalizar os servidores no futuro, quando optou por não conceder reajuste no vale-alimentação no ano passado, não seguindo a prefeitura, que corrigiu o benefício de R$ 850 para R$ 897,77. O presidente da Câmara se cercou de cuidados para evitar afronta à Lei Complementar 173/2020, que barrou aumento de despesa com pessoal, correção de remunerações (mesmo pela inflação) e concessão de quaisquer benefícios.
Sua política de gestão administrativa transparente e de gestão fiscal equilibrada permitiu que a Câmara fizesse a maior economia de todos os tempos e devolvesse à sociedade mais de R$ 6 milhões não utilizados pelo parlamento em 2021. Agora, o chefe do legislativo parauapebense quer deixar como legado de sua gestão um concurso público, que deve ser lançado este ano com salários atrativos, e também uma política de remuneração justa, em que as distorções entre cargos similares da Casa sejam corrigidas.
Mas como a Câmara consegue pagar bons salários e ver sobrar dinheiro? O problema nem de muito longe são os salários do funcionalismo e o segredo é gestão. Com 1 metro e 62 de altura, Ivanaldo Braz se mostra um gigante na arte do bem tratar, seja o servidor, seja o cidadão, seja a coisa pública. É um exemplo a ser seguido.
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