Em entrevista coletiva na tarde de ontem (22), a cúpula de Segurança Pública do Pará deu detalhes da Operação “Cabeças”, desencadeada no mesmo dia e que prendeu quatro líderes de uma organização criminosa, que seriam responsáveis por uma série de crimes cometidos no estado, como tráfico de drogas e mortes de agentes de segurança pública. A operação mobilizou policiais do Pará, Amazonas, Goiás e Santa Catariana.
Três membros da facção criminosa foram presos nos estados do Amazonas, Goiás e Santa Catarina. O quarto integrante foi preso quando se dirigia de Goiás para o Rio de Janeiro e, o quinto alvo da operação, morreu durante confronto com a polícia em Manaus (AM).
A Operação Cabeças já estava em planejamento há cerca de um ano. O secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado; o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Dílson Júnior; e o delegado-geral de Polícia Civil, Walter Resende, participaram da coletiva e apresentaram detalhes da operação. “O mais importante do que combater no dia a dia a criminalidade é estudar, entender as organizações que atuam no estado e desarticular de forma pontual, técnica e qualificada. Hoje, a Polícia Civil do Estado do Pará, o sistema de segurança pública, de forma integrada, dá uma resposta à altura, e que era necessária há muito tempo, de reconhecer que o estado é quem tem poder de se organizar, que o estado tem o poder de desarticular qualquer outro ente que tente agir desta forma”, destacou Ualame Machado.
Segundo o delegado-geral, Walter Resende, a operação contou com o trabalho de 20 policiais civis paraenses, deslocados até os três estados, onde tiveram todo o apoio da Polícia Civil para o cumprimento dos mandados de prisão. Um dos acusados preso em Manaus (AM) responderá, ainda, por uso de documento falso. “Há mais de um ano que vínhamos trabalhando tecnicamente, utilizando tecnologia de ponta, para que pudéssemos chegar nesse momento, para dar cumprimento aos mandados de prisão decretados pela Justiça, em decorrência das nossas investigações. São pessoas que integravam uma associação que chegou ao estado há um tempo, e pouco a pouco foi tentando se estabelecer, sendo muito comum os principais envolvidos não permanecerem nos mesmos locais de atuação. Na semana passada nós já vislumbramos a oportunidade de desarticular essa facção criminosa. Nós deslocamos 20 policiais do estado para três unidades da Federação, que em conjunto com as polícias locais deflagraram essa operação, e conseguiram prender quatro dos integrantes, tendo um alvo importante na hierarquia reagido à ação dos órgãos de segurança e evoluiu a óbito. Com certeza essa facção criminosa será desarticulada aqui no estado”, afirmou o delegado-geral Walter Resende.
Combate à criminalidade- Ainda na tarde desta terça-feira foi preso por policiais militares, no Distrito de Icoaraci, o acusado da morte do policial penal Valdileno Alves, que faleceu na última quinta-feira (17). Na segunda-feira (21), o sistema de segurança pública conseguiu dar uma resposta ao crime cometido contra o 2º sargento da Polícia Militar, Valentim Ferreira, prendendo no mesmo dia o condutor do veículo que deu apoio à ação.
Um segundo participante fugiu para uma área de mata, no município de Benevides (na Região Metropolitana de Belém), trocou tiros com a polícia e acabou falecendo no local. O terceiro acusado de participação no crime ainda está foragido.
Para o coronel Dílson Júnior, a integração entre as forças de segurança, com a participação da população, é a principal arma utilizada no combate à criminalidade. “As investigações irão dizer se as pessoas presas hoje tiveram ou não alguma participação na morte do sargento, mas destaco que é muito importante a participação das pessoas cedendo às imagens, colaborando com as investigações por meio dos canais de denúncia 190 e 181, que nos possibilitaram ter acesso às imagens e à troca de veículos. Essa integração é fundamental”, pontuou o comandante-geral da PM.
Segurança no cárcere – De acordo com o coronel Arthur Moraes, secretário adjunto da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), enquanto as polícias atuam de forma ostensiva, realizando investigações com qualidade, dentro do sistema penitenciário a segurança é mantida, a fim de evitar a comunicação extramuros.
“Hoje, os nossos servidores são capacitados a usar arma de fogo. Com isso, além dos procedimentos serem mais efetivos, nós conseguimos liberar uma grande parte da Polícia Militar que ficava ocupada fazendo, por exemplo, as escoltas e revistas para fortalecer as ações nas ruas”, acrescentou o coronel.
(Tina Santos- com informações da Segup)