Por Fábio Relvas – Da Redação
Quem nunca empinou pipa quando criança que atire a primeira pedra. Neste período do ano, que são as férias de julho, muitas pessoas aproveitam para se divertir empinando as chamadas pipas, ou demais nomes como: raia, arraia, papagaio, califa, pandora, quadrado, cangula entre outros. Só que a brincadeira pode ser perigosa quando a linha está com o chamado cerol, que além de cortar o oponente da diversão, pode levar risco às pessoas que estão próximas da situação.
As principais vítimas do cerol são os motoqueiros e os ciclistas que muitas vezes são surpreendidos com as linhas atravessadas no meio da pista. “Só senti arder meu pescoço. Quando eu parei a moto rapidamente era a linha da pipa que estava com cerol e foi ai que eu cortei o meu pescoço. Eu ia fazendo a curva e a moto vinha quase parada com 20 km/h. Se eu tivesse em linha reta teria sido pior, coisa mais grave”, afirmou Edivan Rios, pedreiro.
As pipas comandam o céu da cidade e a brincadeira de empinar não atrai somente as crianças e os adolescentes, os adultos também entram neste clima sem saber dos perigos e acidentes que a prática pode causar. Os lugares abertos e espaços amplos são os mais indicados para empinar as pipas. “Usem os campos, usem áreas abertas descampadas, e em segundo lugar caso aconteça de uma pipa enroscar na rede, de forma nenhuma tem que ser resgatada. Vale lembrar também que a rede ela é energizada e ao ter contato com a rede ela pode sofrer uma descarga elétrica e essa descarga pode causar danos maiores como até perder a vida”, alertou Nilda Cavalcante, consultora da Celpa (Centrais Elétricas do Pará).
As chamadas pipas são fáceis de ser fabricadas, basta apenas à pessoa arrumar varas de bambu e papel de seda, que, unido a uma rabiola, de papel ou de plástico, enfeitam o céu com diversas cores no ar. As mesmas são fixadas com linhas resistentes, sendo que a maioria delas são empinadas com cerol. “Eu queria fazer um apelo para os pais que reparassem o que seus filhos estão fazendo, que dê estudo, que dê trabalho, porque isso é muito perigoso. Às pessoas não tem noção de como é perigoso, a linha corta. Ela pode atingir o olho da pessoa e qualquer região do corpo e é muito perigoso”, disse Raquel de Sousa, dona de casa.
As linhas são enceradas com mistura de cola e com vidro moído, em alguns casos até pó de ferro pode potencializar os perigos. O produto é ilegal, mas ainda assim é utilizado para que a linha fique cortante e derrube as demais pipas, o que leva as pessoas a disputar espaço no céu da cidade. Em Parauapebas um ponto de mototáxi exige que a antena de proteção faça parte do veículo e torna-se obrigatório para a própria segurança. “Isso aqui é um acessório obrigatório, todo mototaxista tem que ter porque previne muito”, disse Francisco Sampaio, mototaxista.