Cadê o conselho tutelar e o órgão fiscalizador de transito de Parauapebas? Como exerço a profissão de repórter, estava a procura de pautas para abordar na imprensa de Parauapebas. Hoje pela manhã, estive nas paradas de vans observado todo movimento da cidade, pude notar menores trabalhando no duro dentro das vans, até sendo maltratado por passageiros.
Um garoto que aparentava ter apenas 11 anos gritava: “via quartel, rodoviária, bairro da paz, direto”, o mesmo é cobrado para não se enrolar nos trocos. Ainda com a van lotada ele ainda gritava: “via quartel, rodoviária, bairro da paz, direto, tem vaga”. Já com a van bastante cheia, o garoto se exprimia para abrir a porta. Não é só esse adolescente também vi outros menores.
O que eu mais pude notar é a ausência e descanso do Conselho Tutelar de Parauapebas nas ruas para fiscalizar o trabalho infantil. Como todo mundo sabe o trabalho infantil, em geral, é proibido por lei. Especificamente, as formas mais nocivas ou cruéis de trabalho infantil não apenas são proibidas, mas também constituem crime. A idade para se trabalhar é recomendada para menores de até 16 anos. A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de trabalho para menores de 14 anos. E acima dos 16 anos o trabalho é autorizado desde que não seja no período da noite, em condição de perigo ou insalubridade e desde que não atrapalhe a jornada escolar. A jornada do trabalho de cobradores de vans é de 6h da manhã às 23h da noite, para ganhar apenas 10% de toda renda apurada durante o dia todo. Como diz o dilema; “lugar de criança é na escola”. Mas existem aqueles que dizem, “melhor trabalhar do que roubar”. No caso, de trabalho infantil, o governo brasileiro oferece vários recursos para essas crianças, como por exemplo, cursos gratuitos, áreas de lazer, bolsa-escola e outros.
Várias reportagens foram publicadas contra os condutores desses veículos de transporte, mas parece que não fazer nenhum efeito nas autoridades de Parauapebas. O que se pode observar é que os donos de vans, por ambição de dinheiro, retiram alguns bancos para colocar mais passageiros em pé, eles até improvisam corrimão para os passageiros se segurarem. Os próprios condutores não se exemplam, continuam disputando por passageiros, colocando a vida de outros em riscos.
Artigo de Jocyel Caetano, repórter
[ad code=3 align=center]
5 comentários em “Lugar de criança é na escola”
O caso em tela não deve ser tratado apenas como um queixume. A exploração do trabalho infantil é caso de polícia e como criminosos devem ser tratados os que auferem vantagem com essa atividade ilícita. Ministério Público Estadual, Polícia Civil do Estado do Pará, Policia Militar do Estado do Pará, Conselho Tutelar do Município de Parauapebas, Juízo da Infância e Juventude do Foro de Parauapebas, Ministério do Trabalho, Agência de Regulação de Serviço Público do Estado do Pará-ARCON/PA e a Prefeitura Municipal de Parauapebas, todos esses órgãos são responsáveis por essa situação. Qualquer dessas instituições podem combater de alguma forma a exploração do trabalho infantil praticada nesses enlatados de gente. Se fazem alguma coisa para coibir, certamente não tem a eficácia esperada, já que a prática delituosa acontece diariamente, publicamente e aos olhos de qualquer um. E não é só nas vans que ocorre tal absurdo, basta dar um passada nos estacionamentos públicos na Rua E, em especial os que ficam de frente para os bancos, que vemos menores em situação escandalosamente de risco pedindo dinheiro aos motoristas que ali estacionam sob a ameaça velada de danificarem os carros.
A municipalidade que não cuida bem de suas crianças está fadada a ter adultos voltados para a criminalidade ou, na “melhor” das hipóteses, mal educados que sempre estão a atacar o direito e o sossego de seu semelhante.
O argumento falacioso de que “é melhor estar trabalhando do que roubando” é um grande engodo que nem merece a melhor das atenções. Em se tratando de criança, ela NÃO DEVE ESTAR NEMTRABALHANDO, NEM ROUBANDO. DEVE SIM ESTAR NA ESCOLA, APRENDENDO A SER UM SER HUMANO MELHOR, DE BEM, QUE VENHA A CONTRIBUIR PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE MELHOR!
Esse argumento me lembra o que uma geração anterior a minha falava do Deputado Jader Barbalho: “Ele (Jader Barbalho) rouba, mas faz!” Cresci ouvindo isso… Gestores públicos tem o poder-dever de FAZER e a obrigação legal e moral de NÃO ROUBAR! É isso que devemos ter em mente.
A imprensa está fazendo sua parte denunciando. E o Poder Público, o que vai fazer?
Bruno Monteiro, Servidor Público da Justiça Federal do Trabalho.
justus777m@hotmail.com
É muito fácil sair por aí disparando críticas contra os conselheiros tutelares ou contra quem quer que seja, sendo que a problemática da exploração do trabalho infantil é de nível nacional e não uma exclusividade do município, como vc mesmo disse em suas palavras Joicel o que vc queria era pauta pra abordar na imprenssa ou seja o que vc quer é notícia sem se preocupar com todo o contexto que serca a situação isto é bem comum nos reporteres sensacionalistas, que fazem de tudo para manter-se em evidencia até mesmo críticas descabíveis,em vez de criticar A ou B faça vc uma denuncia formal ao CT ao ministério público e não havendo resposta vc tem todo o direito de cobrar. Agora chega ser até uma palhaçada a forma com que vc coloca a situação como se o conselho tutelar fosse resolver um problema nacional da noite para o dia sendo que para a resolução desta problemática requer não só o conselho tutelar mas uma reorientação familiar, uma participação efetiva do ministério público, poder judiciário e etc. não é falando mal dos órgãos competentes em busca de uma noticia que as coisas se resolvem.
Mas a culpa é realmente dos ” vanzeiros ” ?
Será que esses jovens e adolecentes tem realmente opção de estudo e laser?
Tem vagas nas escolas ? e vejam que os ” PROFESSORES DO PT ” que prometiam iriam acabar com o turno da fome ( 11:00 as 15:00 ) nunca acabaram, e olha que os professores que pregavam isto estão todos no poder – Darci, Raimundo neto, Antonio neto, Luiz das telhas, Vereadores: Euzébio, Zé alves, e muitos outros uma verdadeira junta ” educadora” o que este grupo PETISTA está fazendo por nossos jovens?
O cecap é só pra pegar dinheiro do governo federal e estadual
Õnde está os cursos professionalizantes gratuitos ? onde esta as opções de laser ende?
excelente abordagem zé.
Tambem acho um absurdo o que vem acontecendo, digo tanto no trabalho infantil, quanto no que diz respeito as vans lotadas, onde as pessoas se espremem por um lugar, e os motoristas querem colocar ainda mais pessoas. acho que se cada um fizesse a sua parte, nao seriam como está hoje. eu mesmo, nao pego van se estiver lotada. por mais que espere um pouco na parada, mas faço minha parte, vou pagar a passagem mesmo, nao custa nada esperar um pouco, se todos fizessem assim, os motoristas aprendiam. e quanto ao trabalho dos cobradores, as autoridades deveriam olhar com olhos mais severos, onde estão so ilustres vereadores, que nao veem uma situação dessas… se bem que nem tem como ver, andar por ai em seus carroes no ar condicionado, e que se danem os pobres coitados cobradores, desculpe o trocadilho. essa cidade vai de mal a pior… sinceramente.
Querido Zé,
A sua abordagem foi muito oportuna. Já conversei lá no hospital com um rapaz que trabalhou como cobrador dos 12 aos 17 anos. O que vi foi a falta que faz uma infância não vivida e como o trabalho precoce destrói a espinha dorsal da nossa história. Podem me chamar de romântica ou ingênua (sentirei-me elogiada até), mas nenhum argumento tem tanta força quanto o semblante taciturno e envelhecido de um menino de 17 anos que parece ter 20 anos a mais. Nenhum discurso é mais convincente que a completa ausência de senso de humor e a incapacidade de brincar e ressignificar a vida que esses meninos mostram em suas conversas tristes. Nenhum relógio conseguirá medir o tempo que esses meninos perderam gritando nomes de bairros quando deveriam estar na escola tentando ser algo mais.
Querido Zé, esta é uma situação escandalosa que precisa ser conversada entre todas vozes, inclusive a dos vanzeiros que, aproveitando o descaso das autoridades, não cometem apenas delitos, como também imprudências e muito desrespeito com as pessoas que, como bois, carregam em seus veículos.
Sinceramente,
Fermina Daza