No que já é a maior greve de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentou gritos de professores que pediam melhores salários, no sábado (25), durante o ato de inauguração de obras na rodovia Presidente Dutra, em Guarulhos (SP). A categoria já havia protestado em um evento do presidente em Araraquara (SP), um dia antes. Em greve há mais de um mês, a paralisação atinge 58 universidades federais e institutos federais de ensino. Em resposta, Lula disse que um acordo será feito no “momento certo”.
“Eu estou vendo alguns companheiros levantando cartaz ali para mim ‘estamos de greve’. Que bom que vocês podem vir no comício do Lula e levantar um cartaz dizendo que estão de greve. Que maravilha é garantir o direito democrático das pessoas lutarem, reivindicarem e chegarem a um acordo no momento correto,” disse Lula em discurso.
Segundo o presidente, “há pouco tempo atrás”, os estudantes não podiam se manifestar, os professores não podiam reivindicar e os reitores não podiam reclamar porque o governo de então não estava disposto a negociar”. “O nosso governo é democrático e sabe lidar com as diferenças e contradições,” afirmou o petista.
O Ministério da Gestão enviou um e-mail aos sindicatos grevistas no qual afirma que já apresentou sua proposta final e que a reunião marcada para a próxima segunda-feira (27), não servirá para uma nova rodada de negociações. O objetivo da pasta é utilizar a reunião apenas para assinar um acordo com a categoria.
“Para nós, é super intransigente a posição do governo de decretar, de forma unilateral, o esgotamento do processo de negociação,” declarou Susana Maia, do Comando Nacional de Greve do Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes). em coletiva na sexta-feira (24).
Impasse sobre reajuste e divergência de propostas
Além dos professores, os técnicos-administrativos também estão em greve. A proposta do governo para eles é reajuste de 9% em janeiro de 2025 e 5% em abril de 2026, além do aumento do auxílio-alimentação para R$ 1 mil, o que também vale para os docentes. A federação de sindicatos que representa a categoria ainda estuda uma contraproposta.
Por Val-André Mutran – de Brasília