Lula e al-Sisi assinam, na quinta-feira (15), acordo que facilita exportação de carnes brasileiras para o Egito

O Brasil exportou para o Egito mais de US$ 1,7 bilhão em produtos no ano passado, sendo que 22% deste volume foram carnes. No novo acordo, será anunciado a abertura do mercado de pescados e derivados
Lula e Janja no Egito

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Duramente criticado pelos opositores pelo excesso de viagens internacionais que não trazem resultados concretos ao país e extrapolam despesas correntes do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mudou de estratégia e assina na quinta-feira (15), acordos comerciais importantes com o colega Abdul Fatah Khalil al-Sisi, presidente do Egito.

O Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (Mapa) conquistou importante avanço nas relações comerciais com o Egito, em meio à missão do presidente Lula no país, avaliam especialistas do agronegócio. Na última terça-feira (13), o governo brasileiro obteve o “Protocolo de Equivalência dos Sistemas de Inspeção de Carnes”, também conhecido como “pre-listing”, uma medida que promete facilitar as exportações brasileiras de carnes bovina, suína e de aves para o maior 12° maior país em área territorial e o maior PIB (Produto Interno Bruto) do continente africano.

Na última missão ao Cairo da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI), do Mapa, em novembro do ano passado, foi possível avançar na conquista deste protocolo, após reunião do secretário-adjunto da SCRI, Julio Ramos, com o vice-ministro de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura do Egito, Saad Moussa. Na ocasião, também foi anunciada a abertura do mercado de pescados e derivados.

“O ‘pre-listing’ reflete o alto grau de confiança no controle sanitário brasileiro, especialmente no Serviço de Inspeção Federal (SIF), cuja excelência é reconhecida por mais de 150 países importadores. O Egito, um dos seis maiores importadores mundiais de carne bovina do Brasil, e líder na importação de carne de aves do nosso país, demonstra a força e o potencial de crescimento das relações comerciais estabelecidas. Somente no ano passado conquistamos quatro novos mercados no Egito, entre eles o de algodão”, afirmou Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

Antes deste acordo, a renovação da habilitação de estabelecimentos brasileiros para exportação, bem como a aprovação de novas unidades de processamento, exigia auditorias presenciais por parte das autoridades egípcias. O procedimento não apenas implicava altos custos para os exportadores brasileiros, mas também sobrecarregava os Auditores Fiscais Federais Agropecuários do Mapa e limitava o número de estabelecimentos autorizados a exportar para o Egito. Desde 2019, cerca de 30 estabelecimentos brasileiros estavam na “fila de espera” para obterem a habilitação.

A formalização da pré-listagem vem sendo realizada pelo embaixador do Brasil no Cairo, Paulino Franco de Carvalho Neto, pelo adido agrícola Rafael Mohana e pelo ministro de Estado da Agricultura e Recuperação de Terras do Egito, Mohamed Sayed El-Quseir.

Em 2023, o Brasil exportou para o Egito mais de US$ 1,7 bilhão em produtos, dos quais US$ 384 milhões, correspondentes a 22%, foram em carnes, totalizando mais de 130 mil toneladas exportadas. Esse resultado é mais um fruto da estreita coordenação entre o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Mapa.

Primeira-dama Janja em frente às pirâmides de Gizé
Lula e Janja diante da Esfinge de Gizé, no Cairo, capital do Egito
Museu do Cairo
Esfinge de Gizé, Egito

Visita às pirâmides e ao Museu do Cairo

Nas redes sociais, Lula e Janja publicaram um texto com fotos relatando a viagem.

“Depois de mais de doze horas de viagem, desembarcamos na capital do Egito, Cairo, e fomos recepcionados pelo Governo do país com uma visita às Pirâmides de Gizé, Esfinge e ao Grande Museu Egípcio.”

“Acompanhados por Khaled El-Enany, ex-ministro do Turismo e Antiguidades do Egito, vivenciamos uma grande aula de história da humanidade, com ênfase na importância da preservação e da memória cultura (sic). Especialista da arte e história Egípcia, Khaled esteve recentemente no Rio de Janeiro visitando o Museu Nacional, que pegou fogo em 2018, e abrigava o maior acervo de Egiptologia da América Latina. Ele colocou toda sua experiência e conhecimento à disposição para recuperarmos o acervo do nosso Museu Nacional”, diz a publicação.

* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.