Mais de 200 mil pessoas são aguardadas para o Círio de Marabá

Evento começa neste sábado, com romaria fluvial e terá o ápice no domingo, dia 20, com caminhada de 6,5 quilômetros pelas ruas da cidade

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Marabá se prepara para receber o 44º Círio de Marabá, o maior evento religioso que acontece anualmente no terceiro domingo de outubro. Para muitos, o Círio não é apenas uma procissão, mas um momento de expressar sua crença em formas intensas. A imagem de Nossa Senhora de Nazaré, venerada com fervor, inspira milhares de fiéis a peregrinarem, colocarem tijolos na cabeça e agarrarem-se à corda da berlinda como símbolo de pedidos e agradecimentos.

“O povo não adora a imagem, mas venera e busca graças. Essa proximidade com Nossa Senhora é algo muito forte aqui”, afirma Dom Vital Corbellini, bispo de Marabá.

Outro ponto destacado é a presença do Círio Missionário, que completa 10 anos em 2024. Missionários, incluindo sacerdotes, visitam as famílias nas paróquias que recebem a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré. A cada passagem da imagem, uma comunidade é escolhida para receber as visitas, fortalecendo os laços entre a fé e a convivência familiar. “Visitamos as casas e realizamos o Círio Missionário em família, o que permite uma participação ainda maior”, pontua Dom Vital.

POTÊNCIA

A divulgação do Círio também cresceu, impulsionada pelo trabalho da imprensa dedicada a levar a mensagem às ruas e às plataformas digitais. “Estamos divulgando em todos os meios de comunicação, e isso faz com que o Círio se torne um grande evento de fé, paz e amor para o nosso povo”, afirma o bispo. Com esse esforço, o Círio de Marabá tem se consolidado como o segundo maior do Pará, atrás apenas do de Belém.

Além disso, caravanas de diversas localidades já confirmaram presença, demonstrando a força da tradição que atravessa fronteiras e reforça a espiritualidade de quem participa. “Queremos que o povo continue nas ruas, agarrado à corda da berlinda, vivenciando esse momento único de fé e amor”, diz Dom Vital.

EXPECTATIVA

A expectativa para este ano é repetir ou até superar os 300 mil romeiros que caminharam pelas ruas em 2023. “Estamos trabalhando para isso. Queremos que as comunidades, paróquias e famílias venham juntas”, convida o bispo. O Círio Fluvial, no dia 19, e a troca do manto na Catedral, no dia 20, são alguns dos momentos mais esperados, culminando na grande caminhada até a Folha 16, com a corda e a berlinda, após a missa das 6h da manhã.

Com o tema “Maria, fortalece nossa fraternidade”, o Círio deste ano se conecta ao pedido do Papa Francisco sobre a importância da amizade social. “Vivemos tempos de guerras, violência e morte de inocentes, e o Papa nos pede que fortaleçamos a fraternidade com Cristo e com os irmãos”, reflete Dom Vital.

O bispo reforça que, através de Maria, as pessoas podem chegar até Jesus, tornando o Círio não apenas uma celebração, mas um ato de evangelização.

Pelo terceiro ano consecutivo, Marabá sedia a programação do Círio das Artes, evento que ocorre em paralelo ao Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Em 2024, a programação traz atrações diversificadas e mescla a fé em Maria, característica dos fiéis católicos e sentimento tradicionalmente mais aflorado no mês de outubro entre a população paraense, e cultura popular marabaense.

A programação tem início nesta sexta-feira (18), a partir das 17h30, quando o público poderá visitar a Exposição de Arte Sacra. Pela primeira vez realizada em Marabá, a mostra reúne em Marabá diversos elementos históricos que rememoram as primeiras romarias em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré, além de itens artefatos restaurados da Igreja de São Félix de Valois, padroeiro da cidade.

De acordo com o professor Melquiades Justiniano, idealizador da exposição e diretor do Círio das Artes, o objetivo do evento é fazer um resgate histórico de uma das tradições mais expressivas da população marabaense. “Não por acaso, a exposição ocorre em outubro. É um mês de muito significado para os católicos de todo o Pará. Embora essa seja uma celebração da arte sacra, é importante que a gente ressalte que os visitantes verão também elementos que ajudam a contar um pouco da história de Marabá. Porque o Círio é isso, é festa de fé, mas também uma ode à cultura da região”, explica o professor.