Uma porção contínua de Floresta Amazônica, que se agiganta por uma área igual a mais de 800 mil campos de futebol juntos, está preservada há mais de 30 anos no sudeste do Pará. Protegida por equipe de guardas florestais mantida por parceria entre iniciativa privada e órgão ambiental, o conjunto de unidades de conservação de Carajás e os municípios onde estão situadas ficam fora das estatísticas de desmatamento da Amazônia.
A maior unidade é a Floresta Nacional de Carajás, que abriga a maior mina de minério de ferro do mundo, 11 mil nascentes de água e mais de 3 mil tipos de espécies de animais e de plantas diferentes.
Em dois anos, foram evitadas 247 tentativas de atividades ilícitas dentro das unidades. Entre elas, estão tentativas de garimpo ilegal, caça predatória, pesca e extração de madeira ilegal. O guarda florestal Edilielson Barros Gama atua há 30 anos na proteção da área. “O melhor é olhar para trás e saber que se não estivéssemos aqui toda essa área não estaria mais aqui. O melhor é conseguir neutralizar a ação de uma pessoa que iria tirar a vida de um animal desse da floresta,” conta. “Para a gente, é uma vitória todos os dias trabalhar para proteger a floresta”.
Vale ressaltar que, dos mais de 800 mil hectares, a área da mineradora Vale ocupa cerca de 2% do total onde são realizadas as atividades de mineração de ferro e de cobre. Somente a área protegida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) permanece conservada, enquanto os arredores sofreram com degradação consequente do avanço da ocupação humana e de áreas de pastagens.
Outra ação realizada é o projeto Corredores Ecológicos, que consiste em formar galerias que unem pontos de florestas antes separados por áreas degradadas, voltando a constituir uma única e extensa área verde. A iniciativa é da Vale, que adquiriu as fazendas, em parceria com o ICMBio. O trabalho é realizado na região entre Canaã de Carajás e Parauapebas.
Com cerca de cinco mil hectares de extensão, mais de meio milhão de mudas já foram plantadas fazendo ressurgir a Floresta Amazônica. O registro da presença de felinos como a onça, animal topo da cadeia alimentar, é uma das evidências de que a biodiversidade retoma a vida. As unidades são reconhecidas pelo alto grau de conservação e proteção.
O gerente de Meio Ambiente da Vale, Paulo Oliveira, destaca que a proteção envolve a manutenção de equipe técnica, infraestrutura administrativa e logística e recursos financeiros da mineradora que apoiam as ações do ICMBio, gestor do conjunto de unidades.