Mal de Chagas: falta de unidade de referência

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Pesquisadores que atuaram ao longo de décadas no combate aos barbeiros vetores da doença de Chagas defendem a criação de uma unidade de referência, em cada estado brasileiro, para atendimento aos pacientes crônicos. Metade das pessoas que têm o mal de Chagas acaba desenvolvendo problemas no coração, no esôfago ou no intestino. A eliminação virtual do principal vetor, o Triatoma infestans, parece ter eliminado a doença do mapa. Uma inverdade. Os doentes crônicos, na maior parte do território brasileiro, não encontram atendimentos em ambulatórios específicos para o mal de Chagas.

As notificações registradas pelo Ministério da Saúde são apenas dos novos casos, como os dos surtos decorrentes da ingestão de alimentos contaminados. Os casos crônicos não são notificados, caíram no esquecimento, e a quantidade oficial de mortes pela doença de Chagas é considerada subnotificada.

Entre 2000 e 2010, o Ministério da Saúde registrou 1.086 casos agudos da doença. O Pará, por causa do surto decorrente do açaí contaminado, é o estado com o maior número de casos. Já o número oficial de mortes é de 5 mil por ano, em média. Conforme os dados do Ministério da Saúde, Chagas é a quinta causa de morte notificada entre as doenças infectoparasitárias. Responde por 11% dessas mortes e representa 0,5% da mortalidade geral no Brasil nos últimos 10 anos.

“Ainda é um problema sério o acompanhamento médico dos doentes crônicos”, afirma o pesquisador Rodrigo Corrêa Oliveira, diretor do Centro de Pesquisas René Rachou, unidade regional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Belo Horizonte. “O Ministério da Saúde não tem uma resolução clara para o tratamento na fase crônica.”

Fonte: Correio Braziliense

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