Ulisses Pompeu – de Marabá
Servidores do setor de Serviços Gerais do HMI (Hospital Materno Infantil de Marabá) protestaram em frente àquela casa de saúde, na tarde de ontem, quarta-feira, dia 1º, pedindo a exoneração do médico e diretor-administrativo Francisco de Assis Alves. Eles o acusam de abuso de poder e assédio moral no trabalho.
Os servidores realizaram reunião com presença de representante do Sintesp (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública do Estado do Pará), onde ficou deliberado, por unanimidade, o pedido de exoneração de Francisco de Assis Alves.
Demerval Bento da Silva, coordenador do Sintesp em Marabá, disse que não é de hoje que o diretor administrativo é acusado de abuso de poder e assédio moral no trabalho. “Essa questão no HMI há muito tempo vem acontecendo. Aqui já houve transferência de servidores, agentes de portaria, serventes, por questões de perseguição de diretor. Ele acha que isso aqui é quartel”, denuncia o sindicalista.
Segundo Demerval, os servidores dizem que Francisco de Assis está destratando e desrespeitando os servidores. “Ele chama os servidores de preguiçosos, palhaços, covardes. Diz que eles não querem saber de trabalhar, utiliza palavras de baixo calão de todas as naturezas”, afirma Demerval.
ROUPA SUJA
Demerval lembra que a máquina de lavar roupa do HMI passou mais de 30 dias com defeito e os servidores viram-se obrigados a lavar à mão “ou ir com a trouxa de roupa, material contaminado, na cabeça lavar no Hospital Regional; ou carregando em carrinhos, subindo rampa”. “Tudo isso o servidor teve de aguentar e ainda é pouco para o médico Francisco”, dispara Demerval, explicando que não se trata de uma greve. “Queremos respeito e ninguém quer ele mais como diretor administrativo”, finaliza.
ABUSO
Para a servidora municipal Christiane Silva Oliveira Rodrigues, Francisco de Assis anda cometendo abuso de poder. “Somos da limpeza e ele já chega agredindo a gente com palavras de baixo calão. Ele acha que pode abusar do poder que possui e depois não iremos fazer nada?”, questiona Christiane Silva.
“Ele falou na reunião que com ele ninguém pode. Nos esculhambou nos chamando de preguiçosos. Nós reclamamos porque a lavanderia já estava quebrada havia mais de um mês e a gente indo para o Regional durante o dia e a noite para o Municipal. Passávamos a noite lá lavando roupa, íamos reclamar com ele, falar para ele agilizar o processo da máquina, ele dizia que nós estávamos com preguiça de trabalhar”, relata a servidora. Durante o protesto os servidores gritaram palavras de ordem: “Fora, diretor. Fora, diretor!
O médico Francisco de Assis Alves disse que está na gestão há dois meses e o seu desafio é dialogar. “O HMI é uma grande torre de babel, antes as pessoas não se comunicavam, hoje há sempre reuniões entre os setores. Os servidores de serviços gerais foram os mais contemplados com o diálogo”, explica o médico.
O diretor esclarece que sua administração é pautada na autonomia, e não no autoritarismo. “Tenho ata com todas as reuniões registradas”. Sobre as acusações de assédio moral no ambiente de trabalho Francisco de Assis nega e diz que os servidores da limpeza têm problema de baixa autoestima e mania de perseguição.
“Vim de classe baixa também, acho a truculência um ato de covardia. Se ser grosso é ser incisivo, continuarei sendo”, garante.
A respeito do problema da lavanderia, ele disse que a maternidade não deveria ter inaugurado em 2008 com a máquina de lavar que possui. “A máquina sempre teve problemas e, da última vez, parou porque a prefeitura não honrou com o compromisso, estava com quatro faturas de R$ 2.200 atrasadas. Por isso houve o estopim, a chapa esquentou. Mas, na sexta-feira passada o problema foi resolvido”, conclui o médico.